Sentido
Trivial como um sábio sapo na beira do rio, sagaz como o escorpião nas sombras, o algoz do meu antigo eu e carcereiro do meu novo ser, semblante abatido olhar vazio como um vale sem árvores, meu futuro me cega com sua penumbra, o novo homem que caminha sobre esses espinhos nunca fui eu, nunca existiu, ele não é real, mas aprisionou sua essência em um lugar tão obscuro que nem mesmo o poder de seu o acode. Centilante essa centelha divina, de joelhos tento buscar no fundo deste vazio as lágrimas de uma criança que foi controlada até per... O que adianta se às lágrimas não alivia essa carcaça, não consigo! Tento, mas não consigo!
Alivia com o desejo de matar a fúria sem sentido, o ódio do homem que lhe cega pra verdadeira verdade, nada de amores ou amor próprio, centelha que queima esse mar de combustível até sufocar
Esse pensamento que acolhe o pior do homem, nada de misericórdia, nada de piedade, que o mal consuma essa guilhotina e encharque essa estrada de sangue.
Trivial como o pescador que confiou no estranho de outro mundo, o pescador perderá sua mulher, filhos, parentes, perderá tudo por ajudar um estranho, sua vila, seu mundo em chamas e nos olhos do estranho o desdenho e felicidade no massacre daquele pobre povo.
Que lição o pescador sofreu por ajudar o estranho? Porque o justo e bom pagou por sua mocidade? Mas que sua bondade foi subjugada sem culpa, porém que sua inocência sirva de inspiração para que os outros não faça o mesmo. O estranho não estava errado desse massacre? Se sim porque julgar a tutela do pobre pescador? Suas mãos estão mais sujas que o próprio inferno.
Alguns dizem que é a natureza da coisa, que é imutável o destino, mas o rio é o mesmo para ambos, sua frieza em se matar por sua própria natureza, não faz sentido!
O escorpião que espreita na escuridão, sempre ali só, na carência do frio e singelo nas emoções sempre astuto a espreita de uma boa oportunidade, cansado talvez dessa vida solitário vê seu fim na melancolia do rio, ciente que seu veneno mata tudo que toca, escolheu a solidão. O pobre aracnídeo que teve seu destino talhado na melancolia e destruição, teria ele culpa de sua natureza?
O sapo que nada de sábio tinha a não ser no nome, confundia um mancha com uma mosca ou seu reflexo com outro semelhante e o atacava, em sua natureza de saltar pelos cantos, caiu em vários buracos que a chuva o salvará, pobre sapo alguns podem pensar, pobre sapo! Sua verdadeira inteligência aínda está por vim, na espreita da lagoa se deliciou de um banquete, mariposas e moscas, não sobraram nem um nessa chacina inocente, sua sapiência era de se notar em dias escuros, ninguém o via até ser capturado por sua língua feroz, era um disparo tão preciso e mais veloz que um virote de besta, um a um foi submetido…..
Mateus Zuba