Divina,Tinim e a liberdade.
Óia, lá vem Tinim num galope só! O que este garoto está arrumando agora? Sentada sobre um balde velho no terreiro da casinha simples na roça, observava dona Divina com seu corpo magro que o vento facilmente poderia carregar. A pele castigada pelo sol e testemunha de tanto tempo que aquele corpo magro era um recepiente frágil de uma mulher forte.
Corre Dona Divina, acode a moça lá ! É que eu fui nadar no Córguim e escutei uns gemidos trapaiados, eu ia inté corrê, mas fiquei foi com dó! A coitada tá lá espichada na pedra, parece inté lagartixa paradinha, mas só gunguna. Falava Tinim sem intervalo para respirar enquanto Divina corpo arqueado não conseguia organizar tudo que ouvira. Mal assimilando e meio confusa perguntou que mulher era aquela e qual o nome porque ali era distante da cidade,lugar abandonado, ninguém ia lá. Saíram a caminho, Tinim falando sem parar e Divina com seus passos largos e firmes.
Óia ela lá Dona Divina, é a moça que falei. Enfim chegaram e Divina logo perguntou: O que aconteceu menina? Como cê veio parar aqui? Está machucada ? Comeu arguma fruta dessa ,venenosa? A tantas perguntas respondeu com um olhar e longo silêncio até que disse : Eu sou a liberdade e estou a definhar, mas vocês vieram me salvar. Eu sou constituída de gente simples, disposta a mão se curvar.