A fresta é qualquer abertura estreita que permite a passagem de luz e ar. Uma fenda, fisga ou frincha. Marilia era pesquisadora de História e enfocara seu projeto em festas populares brasileiras. Ela enfocava as tradições culinárias, danças, músicas, brincadeiras e procissões. Cada região do pais reúne aspectos culturais peculiares. No mês de fevereiro é a do carnaval sendo de origem pagã e sempre cativou as pessoas que podiam se divertir escondendo as suas particularidades. É no Sudeste que é mais conhecido pelos desfiles das Escolas de Samba, já no Nordeste a festa é popular pelo carnaval de rua, onde têm destaques os trios elétricos de Salvador, e os Bonecos de Olinda fazem a alegria dos foliões. Como professora Marilia estava de férias e, poderia usufruir do carnaval porem, ela achava toda aquela folia e alegria paradoxal e patológica. Enfim, era engraçado ver aquela catarse naquele festejo repleto de simbologia e semântica. O noivo de Marilia era advogado também não simpatizava com o carnaval e, propôs eles irem para a fazenda, bem no interior, e se isolarem de toda folia. Dr. Sidney era uma pessoa sisuda e cuja seriedade impunha respeito e, até mesmo temor. Viajaram para dita fazenda, mas para surpresa do casal, lá também havia manifestações de carnaval. Então ficaram no quarto assistindo filmes de terror e, de vez em quando, olhavam pelas frestas e observava a folia pagã. Evidentemente, Marilia não ficara satisfeita, acrediava que em sua casa haveria mais sossego e menos festa.... fugir do inescapável é mesmo inutil. Para a pesquisadora, a festa tinha revelações muito relevantes, porém, não deixavam de imprimir certa tristeza, enfim, precisamos amadurecer para entender um pouquinho do mundo.