SALA DE ESPERA
Retiro a senha na entrada e aguardo minha vez. Enquanto espero, meus olhos correm
E percorrem toda a extensão da sala. Ah, essa busca incessante em qualquer lugar! Do meu lado, uma mulher. Aparenta minha idade. Senha na mão. Dez minutos, vinte, meia-hora e o contador de senhas não muda. Tenho pressa. Antes de tudo, sou contaminado pelo vírus pandêmico da pressa. Espero pra ontem. Chamam a senha da mulher do lado. Ela entra numa porta que abre e fecha em segundos. Quando será minha vez? A vida se resume a uma senha na mão, aguardando chegar nossa hora, seja da felicidade ou de qualquer outra coisa, desde que nos tirem da sala de espera.