SALA DE ESPERA

Retiro a senha na entrada e aguardo minha vez. Enquanto espero, meus olhos correm

E percorrem toda a extensão da sala. Ah, essa busca incessante em qualquer lugar! Do meu lado, uma mulher. Aparenta minha idade. Senha na mão. Dez minutos, vinte, meia-hora e o contador de senhas não muda. Tenho pressa. Antes de tudo, sou contaminado pelo vírus pandêmico da pressa. Espero pra ontem. Chamam a senha da mulher do lado. Ela entra numa porta que abre e fecha em segundos. Quando será minha vez? A vida se resume a uma senha na mão, aguardando chegar nossa hora, seja da felicidade ou de qualquer outra coisa, desde que nos tirem da sala de espera.

Luiz Fraga
Enviado por Luiz Fraga em 12/01/2024
Reeditado em 12/01/2024
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