Nas macas, humanos abandonados
Nas macas, humanos abandonados, de passos vagarosos, por cantos mofados, escuros. No velho sanatório escuta-se os gemidos, de sombras artomentadas. Noberto passando um ano detestável, esquecido, se olha no reflexo: "Um Rosto estranho". Nos pulsos passando memórias amargas; nunca pensou que um dia morreria, agora todos os segundos lembram um fim.
No leito, dor, sem anestesia e remédios; ao final podre. Tal ocorrido, ninguém falará e tudo passa, – Como um conto que se termina. De tanto sofrer, Noberto, nada mais sente. Na janela, a paisagem do mesmo prédio antigo; sem chuva, sem vento, sem sentimento; Parece pensar, na sua família, em seus filhos ou com saudades de casa, porém, todas as pessoas lhe são desconhecidas, indo e vindo pelo frio corredor.
Idade avançada, criou seus filhos e hoje perdendo as boas memórias; não tem mais uma rotina normal e nem uma casa para morar. Depois de um acidente, Noberto, antes de descansar, sofre de um trauma, momento de eterno cansaço mental. Com o desgosto de viver, todos temem a morte; ao delírio. Escuta pessoas em gritos, sem poder fazer nada, vendo-as queimar.
Senhor aposentado, fraco ao trabalho; na maca em guerra com o próprio corpo. Perdeu suas riquezas e a sanidade em um incêndio, de uma data de inverno, assistiu a alegria virar corpos carbonizados, carregando na pele as infinitas manchas do fogo. Ou, fosse tudo uma imagem da mente. Profundamente espera, que seu corpo descanse, talvez fosse melhor assim.
Temperatura fria; imagens de crianças, vivas, correndo pelo campo, sem poder as tocar, sumindo em tempos nublados. O vento bate a porta do quarto, a respiração se torna ofegante; não há ninguém que o possa atender, visões não o deixara descansar. Imovel, escurece sua visão; imagens de crianças, mortas, correndo pelo sanatório. Queria se esconder, debaixo da cama, das cobertas, como a criança com medo faz.
No leito, semblante triste. Uma criança sem seus país, sem o colo da mãe, sem o calor humano. Gosto amargo na boca, vida sem sabor, mas teme a morte; mas perto da morte. Sem faces familiares, servido em leito de suor. Com ódio e sem forças, se debate como animal perdendo a vida. Anos de tanto se fermentar, fatigado. A cada segundo, Noberto, bate na porta do inferno...
Ao fogo do fim, todos passarão; nada escapa da frieza da morte e, a ansiedade do breve final - Como um conto no fim.