Foi assim que aconteceu
Certa vez o pai chamou os filhos e disse para o mais velho:
-Vou ficar fora por uns dias, coma de todos os frutos das outras árvores e divida com sua irmã, porém daquela, que só dá fruto uma vez ao ano não coma e nem a deixe arrancar, porque se comerem vão morrer. E foi embora para o seu trabalho.
Os filhos, corricavam pelo quintal. Aproveitando a chuva, o perfume das flores e o rio cristalino, que descia das montanhas e banhava os vários quintais.
A fome bateu e eles começaram a comer várias frutas até se satisfazerem . Depois adormeceram e lá pelo meado da tarde, quando estavam levantando pra continuarem a brincar, apareceu uma senhora e interagiu com eles dizendo:
- oi boa tarde. Estou com tanta fome, será que vocês poderiam me dar umas frutas pra comer.
O casalzinho se olhou e disseram:
- claro que sim. Quais frutas a senhora gosta?
Ela com um olhar profundo, fez uma busca nas árvores do quintal e foi dizendo.
A menina foi pegando as frutas de baixo e o menino asque estavam mais altas.
De repente a senhora falou a menina:
- pegue aquela que está ao centro, aquela da árvore menor.
E a menina respondeu:
- não, aquela o papai disse pra não pegarmos, porque ela só dá um fruto no ano.
Aquela senhora, então disse:
- você já comeu alguma vez dela? Sabe o gosto?
A menina respondeu:
- não, nunca.
Aí a senhora disse:
- seu pai falou o porquê de não comer?
Disse a menina:
- se comermos dela morreremos.
E a senhora continuou:
Você já viu fruta matar?...
A menina não soube o que dizer. E a senhora continuou a estigar:
- essa deve ser a mais gostosa, por isso ele guarda pra ele. E vocês, que talvez nem sejam filhos dele, ele deixe comem apenas das outras.
E começou a rir, enquanto a menina entristecida e convencida a comer do fruto, sem titubear foi ao centro e puxou a fruta, que saiu com facilidade.
Lá do alto o menino viu e desceu as pressas, quando ela deu uma deliciosa mordida.
Ele falou:
- o papai falou pra não comermos essa fruta. Se não morreremos.
E ela disse:
- sim, ele falou, mas a senhora me disse, que era gostosa e eu quis experimentar. É ótima, prove. E ele sem qualquer argumento contrário, se deixou levar pela curiosidade e provou.
De súbito o tempo mudou, do sol calmo aos esbravejos dos relâmpagos, com ventos fortes a fazer as árvores ficarem atordoadas. Uma chuva pesada desabou.
A senhora desapareceu e os meninos, após o adocicado dos gomos, começaram a sentir um amargo na boca e uma dor forte no estômago.
Correram pra dentro da casa e a se deitar começaram a sentir frio e o corpo esquentar.
O pai chegou do trabalho, cansado e molhado. Ao vê- los agonizando, imaginou o ocorrido foi ao quintal e das folhas daquela árvore preparou um chá, deu a eles, que adormeceram e amanheceram vivos.
O pai, que passou a noite a vela- los , percebendo o restabelecimento quis saber:
- meu filho...por que vocês me desobedeceram ?
E o menino falou:
- pai foi ela, quem desobeceu. Eu fui atrás.
E o pai perguntou também a filha que disse:
- ô pai, pensei, que o senhor tivesse nos enganado, que queria comer a fruta sozinho. Dê ouvidos a uma velha senhora, que falou que o senhor mentia. E que bem era meu pai.
O pai olhou com tristeza, mas foi misericordioso. Cuidou dos filhos até o pronto restabelecimento deles. E disse, oferecendo uma nova oportunidade a cada um:
- vocês já receberam o seu castigo, espero que tenha refletido no erro e que sirva de lição pra vocês o que eu digo.