A aranha morta - conto erótico

Hoje pela manhã fui atacado por uma aranha furiosa. Tomava meu café sentado à mesa quando a vi correr em minha direção, deveria ter o tamanho de meio indicador e o veneno de uma naja. A princípio pensei em deixá-la viver, mas o medo é cativo da violência. Espalmei a aranha no chão e logo em seguida usei um dos pés da cadeira para esmagá-la. A aranha arregaçada no chão, de alguma forma, me deixou tremendamente excitado. Logo me lembrei dos seios de Antígona.

Antígona foi uma moça que namorei há alguns anos. Apesar de seu corpo esculpido em mármore, era totalmente pueril e casta. Demoramos alguns meses até que ela finalmente me beijasse, seu beijo era tímido e desengonçado, o beijo típico de quem nunca tinha beijado ninguém na vida. Tinha o costume de usar um batom vermelho, eu fantasiava que sua boca estava coberta de sangue e beijava-a com intensidade.

Pouco a pouco fomos nos permitindo explorar o corpo um do outro. Antígona se excitava especialmente quando eu chupava seus seios. Ela tem os seios mais fartos que já tive a oportunidade de ver, era um júbilo incontestável perder minha cabeça naqueles peitos: chupá-los, mordê-los, devorá-los. Ela era puritana o tempo todo, mas quando chegávamos ao ponto de eu tirar sua blusa no meio de nossas carícias, ela mudava completamente, a malícia dominava sua face e ela se tornava um anjo pornográfico.

Enquanto chupava seus seios, apertava sua bunda e massageava sua vagina ela fazia carinho nos meus cabelos e apoiava minha cabeça: “eles são seus, você pode morder, chupar ou beijar… fique à vontade para fazer o que quiser”. O carinho dela na minha cabeça fazia-me regredir diretamente para a infância, quando era amamentando. Eu babava em seus seios e quando ela se sentia saciada, eu limpava a saliva do canto da minha boca, como a criança que se delicia com o leite profano da mãe.

A voracidade de Antígona aparecia apenas nesses momentos e em nenhum outro. De fato, ela não tinha nenhum outro interesse quanto à explorar qualquer outra zona erógena. Não parecia sentir tanto prazer na vagina e nunca mostrou o menor interesse em chupar meu pau, também demorou muito a querer ser penetrada. Exceto…

Era uma data especial, comemorativa, um dia frio. Estávamos eu e ela deitados de conchinha em um tapete confortável no chão, abaixo do sofá, um lençol azul e felpudo cobria nossos corpos por inteiro, exceto a cabeça. Sua mãe, Jocasta, estava sentada no sofá, logo acima de nós. Ela estava coberta, usava havaianas por baixo das meias e saboreava uma bebida quente. Estávamos os três assistindo Hachiko, um filme sobre um cachorro que não aceitava a morte de seu dono.

Antígona pega a minha mão e repousa ela sobre seus seios, eu os aperto e os acaricio por cima do sutiã, sem me atrever a tocá-los diretamente. Ela sobe sua camisa e olha no meu rosto, com um olhar que diz “vamos fazer isso”. Meu coração acelerava, sua mãe estava incrivelmente perto de nós, se o movimento não fosse disfarçado o suficiente seríamos pegos, estaríamos mortos. Minhas mãos se esgueiram por debaixo do seu sutiã e encontram o paraíso, acaricio seus mamilos enquanto roço meu pau duro na sua bunda, ela parece mais excitada do que nunca esteve.

Seu rosto começa a ruborizar, ela fecha os olhos e morde os lábios na tentativa de esconder o seu tesão. Eu fico hipnotizado, absolutamente focado em dar para ela todo o prazer que um homem pode dar para uma mulher. Sua mãe fala algo “esse filme é muito tris-”, seu discurso é interrompido, será que ela nos viu? Meu coração acelera, minha pica enrigesse, pouco a pouco nossos gestos não conseguem mais ser disfarçados. Subitamente Antígona, que nunca gostou muito de pau, começa a me masturbar por cima dos shorts, o sangue em nossos corpos galopa. Ficamos cada vez mais indiscretos, cada vez mais indecentes, dali a pouco o lençol que separava a nudez da vergonha não seria nada. Estava cheio de tesão perdendo a cabeça quando pensei “como essa mulher não está vendo isso?!”, olhei para cima e minha sogra estava estática, tomando sua bebida. De relance ela olha no meu olho e logo dirige seu olhar novamente para o filme. Foi nesse momento que eu percebi: ela já notou o que está acontecendo aqui e ela é conivente… ela está gostando. Quando soube que o perigo fazia parte do jogo e que os monstros gozavam com o medo que incutiam nos humanos, nada me parou.

Antígona pôs a mão debaixo do meu short e pela primeira vez senti a pele gelada de sua mão tocar a minha pica. Escondíamos nossos gemidos, disfarçávamos um fogo que incendiava toda a sala. Com uma das mãos ela começou a abaixar as calças. Parei de acariciar seu seio para ajudá-la, abaixamos suas roupas até que elas ficassem penduradas em seus pés, ela estava completamente nua. Tudo o que via era o tecido azul do lençol, mas minha mente navegava imaginando a suntuosidade de sua pele alva, branca como marfim. Ela continuou a masturbar minha pica e eu alternativa entre acariciar seus seios e masturbar sua vagina, logo ela dirigiu meu membro à sua bunda. Eu roçava meu pau no seu cuzinho enquanto masturbava sua vagina, ela gemia em silêncio, sem fazer nenhum som. Ela virou o rosto, olhou para mim e eu entendi: ela me quer. Posicionei meu pau e ela ajudou que entrasse, sem pudor ou proteção alguma nos perdíamos no meio da sala de estar. Eu olhei para a sua mãe e vi que ela fazia pequenos movimentos com o quadril no sofá, como se roçasse a vagina no móvel. Dessa vez ela não olhou para mim, continuou assistindo o filme como se dissesse “não saia do jogo, desafie a proibição implícita: coma a minha filha na minha frente”, talvez ela estivesse com muito mais tesão do que nós dois. Nesse momento percebi que fazíamos um menáge à troix, sua mãe transava conosco.

Sentir o meu pau dentro de Antígona foi como deitar-se numa cadeira de praia depois de uma semana cansativa, foi como subir aos céus e tocar as nuvens, ela era quente e molhada, sua vagina apertava meu pau, íamos explodir. Com as mãos eu segurava seu quadril para ter melhor apoio, metia nela com tesão e sem dó, gemiamos silenciosamente, como quem não geme. Havia mais pecado naquele corpo do que em todo o inferno, havia mais prazer naquela foda do que em todo o céu. Eu movia meu pau de forma que ele quase saia de sua vagina, só para introduzi-lo de novo, ela tinha muito tesão nisso. Apertava seu quadril, seus seios e seu pescoço, estava perdido, já não era mais gente, nunca me senti tão bicho, tão animal.

Aquele lençol azul não era nada, não disfarçava nada, era o mesmo que usar um véu feito com teias de aranha, a hipocrisia daquela mãe não era nada, não disfarçava nada, como nós, ela também escondia o seu tesão. Que se foda, começamos os três a gemer alto, para que todos pudessem ouvir, para que a encenação se encontrasse com a contradição, cada vez mais alto, cada vez mais ritmado. Explodi minha porra na bunda de Antígona, gozei como um cavalo, como uma dinamite, pincelando aquelas nádegas gigantescas com a tintura do pecado. Antígona gozara também, arfava, buscava o ar de volta. Seu gozo não era do tipo físico, não era do tipo biológico. Era o gozo de quem tinha acabado de desafiar a autoridade de uma mãe suficientemente má, suficientemente perversa, suficientemente erótica.

Depois do êxtase ficamos eu e Antígona arregaçados no chão, ainda cobertos pelo lençol azul, arfando e recuperando o fôlego. Nossos corpos estavam suados e a vista, turva. Naquele momento específico não havia distinção clara entre eu e ela, éramos como um líquido disforme derramado no chão. Nossos oito membros entrelaçados eram como uma aranha esmagada, onde os sulcos escapam do cefalotórax. Éramos um amontoado de carnes, secreções e suores.

Éramos a marca registrada de que não existe interdição que impeça o gozo de matar e explodir. Éramos a aranha morta, éramos a morte.