Uma cama e um corpo para aquecer
A mulher o olhou com certo ar de arrogância. Depois olhou para o carro, um mustang conversível vermelho 67.
Um carro americano agressivo que não combina nada com o ar de Milão. Signori Argov é americano? Seu sotaque é diferente, embora o italiano seja perfeito.
Antes de responder, ele tomou um gole do Caffè e Latte, o liquido desceu aquecendo a garganta.
Os americanos têm bons carros, Signori na. Não sou um americano... Venho de longe... Muito longe.
Ela sorriu para ele. O desdém agora se transforava em sedução.
Muito longe? Seu jeito de falar é estranho. Tem algo no seu sotaque...
Argov sabia para onde levaria aquele tipo de conversa. Estava ali para restaurar um quadro, não aquecer a cama de uma mulher de um milionário que não tinha tempo para ela e sim apenas exibi- lá como uma peça de um museu. O marido gostava de ruivas de corpo cheio.
Se não me engano, a Signorina queria que eu restaurasse um quadro, savy? Um Artemísia?
Ela riu divertida. Seus olhos brilharam e ela apontou para a sala seguinte.
Claro, Signori Argov. Apenas para o restauro certo?
Ficou claro, dois dias depois, que Argov não estava apenas para restaurar. Ele aqueceu a cama e o corpo da bela ruiva de corpo cheio.
Wesley Rezende