AS DESVENTURAS de JOÃO PITOMBA UM AZARÃO

(parte 1) A INFÂNCIA....

João Ledubino Virgulino, mais conhecido na pequena cidade de Cururú do Norte como João Pitomba .

Era o caçula de uma família de cinco irmãos ,quatro homens e uma mulher .

Pedro,Francisco,Maria de Fátima e Gilvair, esse último infelizmente por complicações de parto tinha problemas de retardamento mental, talvez por isso era o mais querido por João Pitomba.

Uma família bem simples ,humilde , o pai Seo Severino sustentava sua família com os parcos recursos que amealhava com o pequeno roçado e dos poucos animais que possuía.

João Pitomba sempre foi o azarão da família, nasceu com orelhas de abano que realmente chamavam a atenção ,que acabou lhe valendo o apelido de Dumbo ( o elefante voador) pelos irmãos ,ele odiava isso.

Quando não o chamavam de Dumbo ,era Topo Gígio ( o ratinho falante orelhudo) .

Mas o que mais irritava mesmo era quando seus irmãos seguravam o dedo indicador com o polegar e soltava o peteleco nas orelhas ,ele ficava puto e saia correndo atrás dos engraçadinhos.

João Pitomba tinha outra particularidade, um tique nervoso, vivia a piscar o olho esquerdo.

Como toda família de poucos recursos ,ele, sendo o filho caçula sempre ficava com as roupas usadas de seus irmãos mais velhos.

Calças, camisas, camisetas ,camisetas até de Maria de Fátima ,sua irmã, odiava usar aquela camiseta rosa com uma borboleta estampada ,mas tinha poucas escolhas.

Já ouviu aquela expressão : Se eu comprar um circo de anões ,eles crescem ?

Pois é esse era o João Pitomba , o azarão da Família Virgulino.

Não dava uma dentro , se desse tres marteladas ,duas eram no dedo.

Se realmente existe pessoas com a bunda virada prá Lua , nesse dia João estava dormindo tamanho azar que tinha.

Quando ia pescar com os irmãos era o único que não pegava nada ,só enroscos,tralhas ou rasgava o dedo no anzol.

Festas Juninas ,nem se fala ,ia pular fogueira e adivinha quem caia sentado e saia todo chamuscado ?

Rojão então,quase perdeu a mão numa explosão, pensa num cara azarão !

(parte 2) HOMEM FORMADO

O tempo passou e nada mudara.

Já homem formado no trabalho duro da enxada as mãos calejava.

Trabalhador e esforçado ele era, ninguém isso negava.

Seo Joaquim Nabuco tinha um roçado de milho pipoca ,estava uma beleza ,o clima ajudara, seria uma das melhores safras.

Fizeram a colheita e a debulha das espigas , a palha seca se espalhava pelo terreiro ao lado das espigas granadas.

Seo Nabuco sorria sozinho ,iria pagar o custeio do banco e ainda sobrar para comprar o tão sonhado carrinho prá passear com a família.

Seo Nabuco chamou João prá fazer um bico, ajuntar toda a palha e deixar o terreiro limpo e bonito.

João podia ser azarão ,mas vagabundo não era não !

Aceitou de bom grado o serviço . Trabalhou duro o dia inteiro ,ajuntou a palha ,os galhos secos e fez com elas um montão.

Acreditando que estava suficientemente longe e sem nenhum vento tacou fogo prá terminar o serviço.

Bem nessa hora o intestino deu sinal de vida, barriga roncando.

Sem problema imaginou :

Vou me aliviar atrás da moita e pronto ,pensou...

Estava lá com a calça arriada assoviando , se aliviando ,pensando como iria gastar aquela grana extra do serviço.

Nisso uma rajada inesperada de vento espalhou toda a palha já em chamas ,envolvendo até as espigas lindas e e granadas .

Em poucos minutos virou uma labareda só , a palha seca parecia rastro de pólvora , o milho começou a estourar deixando o terreiro parecendo neve ,tudo branco pelas pipocas .

Se ouvia de longe o barulho do milho a estourar ,pareciam tiros.

Que desespero , coitado do Seo Nabuco , que prejuízo, toda a safra perdida ...

João Pitomba dali virou um cisco , fugiu dali rapidinho.

Ficou um bom tempo cortando volta do Seo Nabuco , João encararia o capeta mas não toparia de frente com seo Nabuco.

Essa história pelo povo nunca foi esquecida ,todos faziam troça , rindo do acontecido.

Depois de meses passado do ocorrido João acabou saindo da toca ,do seu esconderijo.

(Parte 3 ) O NAMORO

Foi numa quermesse em volta do coreto da praça que João conheceu Maria Frederica , ela até era bonita .

Baixinha ,rosto bonito ,cabelos negros e longos ,corpo bem torneado.

Mas como tudo tem que ter um *mas na vida de João ,só um detalhe um pouco incomodava .

Naquele belo rosto de Maria Frederica uma verruga cabeluda em seu queixo roubava a atenção.

Mas João não era também a formosura em pessoa então estava prá ele tudo muito bom.

Se conheceram de maneira peculiar ,como João tinha aquele tique nervoso do olho esquerdo ficar piscando,

Maria Frederica achou que com ela estava flertando.

Conversa vai, conversa vem um namoro acabaram engatando.

Era namoro sério ,moça tímida e prendada. João estava por ela apaixonado ,era sua primeira namorada.

Maria Frederica ,virgem ainda ,resistia as saliências do noivo ,só mesmo depois do casório ela nisso insistia.

Até que enfim marcaram a data do casório, João todo empolgado aguardando ansioso e fazendo planos.

Nesse tempo todo Maria Frederica se confessava toda semana com o padre Damião ,até que trocaram o velho padre ,cansado pela idade e anos de exercício da nobre profissão.

Em seu lugar mandaram o padre Daniel ,moço bonitão no auge de sua melhor idade, com seus olhos verdes ,vindo da cidade grande , homem culto e cativante.

As beatas em alvoroço ,faziam fila para se confessar, todas querendo ouvir a voz do padre bonitão.

Maria Frederica também tinha o hábito de se confessar, ia lá mas sem nenhuma outra pretensão.

Mas não é que o padre bonitão sentiu algo em Maria que lhe arrebatou o coração.

no amor não existe e não se pede explicação.

E não deu outra ,bateu na porta a paixão, nem a verruga cabeluda no queixo fez para ele alguma diferença.

(Parte 3) A TRAIÇÃO

Maria Frederica se entregou a esse amor arrebatador.

João Pitomba estava arrasado, inconformado, por essa ele jamais havia esperado.

Seus sonhos e planos indo para o ralo . Na pequena cidade não se falava de outra coisa.

O padre bonitão teve que fugir as pressas com Maria Frederica no primeiro onibus da madrugada,

zarparam da pequena Cururu do Norte para destino ignorado.

(parte 4) A VINGANÇA

João não se conformava ,era motivo de risadas. O que era amor virou raiva ,nem prá mim ela deu ele consigo mesmo murmurava ,safada!

Como todo corno inconformado iria de alguma maneira se vingar da ex-amada. Mandou imprimir centenas de cartazes,

espinafrando a a ex noiva traíra , usou dela a foto mais feia ,a que mais destacava a verruga cabeluda , o que ela mais odiava .

De madrugada saiu colando em todo poste que achava a foto da Frederica traíra.

A família de Frederica não se conformava ,tamanha a vergonha passada.

João Pitomba mais uma vez justificou a fama de azarão e agora um azarão corno prá piorar as coisas.

Maria Frederica quando foi informada da vergonha que a familia por sua causa passou , jamais perdoaria João.

Ela sabia que errou mas não esperava de João fazer sua família passar por tamanha humilhação.

(parte 4) A MUDANÇA

O tempo passou ,João queria mudar de vida , de cidade ,tentar a sorte em outras paragens .

Se despediu da família ,dos pais ,dos irmãos , em especial de Gilvair , aquele que tinha problemas especiais ,que carinhosamente chamava de cabeção.

Arrumou seus poucos pertences em uma mala e pegou o onibus na pequena rodoviária, seu destino Ribeirão Preto, cidade

de grande porte do estado de S. Paulo.

Prometeu a família que um dia voltaria quando sua situação estivesse estabilizada.

Chegou em Ribeirão com a cara e coragem ,trabalhou duro ,lá fez de tudo. Trabalhador ele sempre foi ,isso ninguém poderia negar.

Se alojou num pequeno quarto de pensão ,foi servente de pedreiro, ajudante de motorista de caminhão ,fazia até bico as noites e fins de semana como garçom.

Ajuntava cada trocado, não gastava nada em diversão ou baladas. Era do quarto de pensão para o trabalho e do trabalho para o quarto de pensão.

Depois de muito esforço comprou um carro prá colocar na praça , iria trabalhar como Uber . Não era um carro zero ,mas era um carro muito bom ,pouco rodado,bem conservado.

Parecia que depois de muitos anos a sorte que nunca teve , estava com ele flertando.

Fez tudo certinho, como manda o figurino.

Tirou a habilitação e finalmente colocou o carro para faturar na belíssima cidade de Ribeirão Preto.

Estava muito feliz ,guardando um bom dinheiro. Nunca se esquecia da família, sempre escrevia e telefonava.

Chorava quando falava com o irmão Gilvair ,o cabeção. Por ele tinha por demais afeição.

Prometia que lhe faria ainda uma grande surpresa.

Mesmo tendo se passado muito tempo seu coração ainda estava enlutado , nunca se esqueceu daquela que foi sua

grande paixão Maria Frederica ,aquela safada!

Procurava não pensar mais naquele fantasma e ao trabalho se dedicava ,trabalhava quantas horas suportava.

Tinha no banco uma boa soma guardada, ninguém mais iria chama-lo de azarão pensava.

(parte 5) A CORRIDA

Foi num domingo oito de janeiro que recebeu pelo celular uma chamada para ir buscar um passageiro próximo ao

centro de Ribeirão ,pertinho da praça.

Sem perder tempo partiu João na hora marcada , no local combinado buscar o passageiro, na verdade eram tres,

dois homens e uma mulher.

Todos os três bem vestidos ,não havia motivos para receios. Colocaram quatro malas grandes no porta malas e disseram o destino, uma chácara na área rural de Sertãozinho, cidade próxima à Ribeirão Preto.

Já quase chegando ao destino quatro carros fecharam o carro de João ,levantando o maior poeirão. Dois carros à frente deram um cavalo de pau e ficaram de frente com o carro de João, dois colaram em sua traseira.

João ficou sem ação, apavorado, assalto, pensou !

Dez homens fortemente armados desceram apontando suas pistolas e fuzis e gritando :

MÃO NA CABEÇA ! A CASA CAIU ! SE REAGIR VÃO LEVAR BALA ! Os passageiros e o coitado do João desceram do veículo sem reação.

Depois de todos algemados os homens se identificaram como policiais federais. Estão presos por assalto a mão armada e

formação de quadrilha disse um que deveria ser deles o chefão.

João até se tentou justificar dizendo que era apenas o dono do veículo e trabalhava como Uber, nem deu tempo de terminar de explicar e já levou de pronto nas orelhas de abano um safanão.

CALA A BOCA ! NÃO LHE PERGUNTEI NADA , VAI SE EXPLICAR PARA A DELEGADA!

E lá se foi o João passar a primeira noite de sua vida em uma prisão, sem entender nada o que estava acontecendo.

Na prisão ficou sabendo que era uma perigosa quadrilha de assaltantes especializada em tráfico e assalto à bancos.

João jurava por sua inocência mas isso de nada adiantava.

Quer um conselho ? Dizia a delegada : Contrate um advogado ,sua situação é muito complicada!

Como urubus sentindo cheiro de carniça logo surgiu um advogado de porta de cadeia que prometeu cuidar do caso e livra-lo das grades, isso é claro , se tivesse dinheiro ele prometeu daria um jeito.

João estava desconsolado ,era um azarado ,mas nunca se havia metido em problemas com a justiça, nunca esteve preso em sua vida.

Deu todas as suas economias para o advogado, que adivinha ,sumiu com a grana do coitado.

João estava desolado.

Demorou,mas a data do julgamento havia chegado, João ainda tinha esperança de ser inocentado, afinal não havia feito nada.

Como a quadrilha era de Brasilia ,todos foram para lá escoltados .

(parte 6) O JULGAMENTO

Dia do júri ,todos os réus sentados e algemados , advogados da promotoria ,outros de defesa do estado aguardando a chegada do magistrado.

SILÊNCIO NA SALA! bradou o oficial responsável.

Entra a juíza na sala , João ao ver a juíza perdeu a cor ,quase desmaiou , era ela ! Estava diferente, mesmo com mechas de cabelos brancos , a verruga cabeluda no queixo era a mesma, MARIA FREDERICA! Não pode ser! pensava João, como esse mundo dá voltas! Depois de tantos anos o destino os colocava frente à frente novamente!

Depois de muito tempo João ficou sabendo da história , Maria Frederica foi deixada na mão pelo padre bonitão,foi abandonada ,trocada por uma bela loira Sergipana. frustrada e amargurada se dedicou aos estudos , advogada, promotora e agora juíza da vara de execução penal.

Ela olhou para João e reconheceu aquele par de orelhas de abano logo de pronto ,aquelas orelhas ,assim como a verruga dela eram suas marcas registradas.

João procurou nela um olhar condescendente ,o que viu foi um sorrisinho irônico e um olhar frio de gelar esquimó...

João sentiu um calafrio percorrer sua espinha .

Acusação de um lado, defesa de outro, testemunhas ,depois de ouvir o tribunal do júri veio a sentença da juíza:

VINTE E CINCO ANOS PARA TODOS EM REGIME FECHADO ,SEM DIREITO A APELAÇÃO !

É certo que a pena poderia ser mais curta ,mais branda ,mas claro que Maria Frederica nunca se esquecera da humilhação e da difamação causada por João ,sua vingança chegara....

João estava inconformado, arrasado ,contava nessa época com trinta e cinco anos ,com vinte e cinco anos de pena só sairia da prisão com sessenta anos nas costas ! E pior ,não tinha culpa de nada ! Não assaltou, não matou ,nunca fez parte de quadrilha alguma !

A justiça é realmente cega e injusta! A falta de sorte novamente o bafejava!

(parte 7) A PRISÃO

Foi recolhido em uma cela isolado , no presídio da Papuda de segurança máxima do Distrito Federal.

O tempo passou, já se passara vinte anos de reclusão , de uma injusta e revoltante prisão .

Mais cinco anos para sua liberdade, aguenta firme João, pensava com seus botões.

Um dia na cela ,algo lhe chamou a atenção!

UMA BARATA! Sim um barata vinha todos os dias atrás de migalhas de bolachas ou de pão ,João pacientemente a observava ,até que num estalo uma lâmpada parece que se acendeu em sua mente !

JÁ SEI ! Vou treinar essa barata ! Tempo é o que mais tenho ! Vou ensinar ela fazer alguma coisa e assim também distraio minha mente e não fico pensando demais nos cinco anos que ainda falta para minha liberdade !

E assim o fez ,dia após dia ,com paciência ensinava a bichinha .

Com palitos de fósforo e linhas fez algo parecido com um picadeiro de circo , uma escadinha, um trapézio muma balança,

roda gigante , o pequeno circo estava montado. Precisava de um nome artístico para o invertebrado ,pensou, pensou até que seu semblante se iluminou !!! FREDERICA !!! Isso mesmo! Riu consigo mesmo da doce vingança !

E não é que a barata era inteligente ! Aprendia rapidamente todos os truques e peripécias que João lhe ensinava .

Parecia loucura ,mas era verdade ! Frederica era incrível ! Pulava corda ,subia no trapézio se balançando de um lado para outro ,subia na escada e se lançava num salto mortal dentro de um copo descartável com água ! Se fingia de morta ao seu comando ,era um verdadeiro prodígio ! Depois de cada apresentação ainda se curvava em reverência agradecendo os aplausos de João . BRAVOOO! bradava o orgulho João de sua criação!

João todas as noites a ajeitava com carinho na caixinha de fósforo para dormir.

João estava fascinado ! Dessa vez enriqueceria pensava , programas de TV ,entrevistas, apresentações em teatros e casas de shows, quem sabe uma turnê fora do País !

Já via seu nome e de Frederica piscando em letras de neon ! JOÃO E SUA FANTÁSTICA CRIAÇÃO !

Ficaria milionário e famoso, carros ,motos, casa na praia ,ajudaria toda a família e seu irmão querido o Gilvair.

Em seus devaneios nem sentiu o tempo passar , os cinco anos que faltavam para sua liberdade chegaram finalmente !

ACABOU SUA PENA JOÃO ! Disse o carcereiro, hora de ir embora ! Sua Liberdade cantou !

(parte 8) A LIBERDADE !

João todo feliz arrumou suas coisas ,iria finalmente ir pra casa ver sua família .

Ajeitou com o maior cuidado dentro da caixinha de fósforo a Frederica ,colocou até uma fita adesiva para não abrir

acidentalmente a caixinha e perder a sua mina de ouro.

O carcereiro que se havia compadecido de sua injusta condenação o levou até a rodoviária e até pagou a passagem para sua terra natal.

João não se aguentava de saudade e ansiedade, iria rever seus pais agora bem velhinhos ,seus irmãos e principalmente

Gilvair , o cabeção que tinha por ele a maior afeição !

(Parte 9) A CHEGADA

Chegando na cidade , pegou um uber até seu roçado, onde foi criado ,chegou ,chorou ,abraçou todo mundo em sua casa.

Reuniu todos na pequena sala e solenemente discursou :

Todos aqui sabem da grande injustiça que sofri ,mas finalmente minha sorte mudou ! O que tenho para lhes mostrar ,vai

mudar não somente a minha vida ,mas a vida de todos vocês!

Chega de pobreza ! Ninguém mais vai me chamar de azarado ! Minha vida a partir de agora será completamente mudada!

Todos ali de olhos arregalados prestando a maior atenção, empolgados pelas promessas de João!

A sorte grande para aquela humilde família havia chegado !

Gilvair ,o cabeção ,apesar de seu problema era o mais animado !

João se abaixou ,tirou da mochila a caixinha ,quando abriu, Frederica num salto pulou prá fora ,talvez achando que seria mais uma apresentação...

GILVAIR COMO UM RAIO GRITOU : OLHA A BARATAAAA !!! E DESFERIU UMA CERTEIRA CHINELADA ...

NÃOOOOOO !!! GRITOU JOÃO !!!

ERA O FIM DE UM SONHO ....

FREDERICA JAZIA INERTE ESBUGALHADA NO CHÃO ......

ÉEE MEUS AMIGOS ,SORTE É PARA QUEM TEM ,NÃO PARA QUEM QUER !!....

FIM !

Ed Wolf
Enviado por Ed Wolf em 15/11/2023
Código do texto: T7932677
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