FESTA DE HALLOWEEN NA MANSÃO DE MADAME ERIVANA LUCENILA
Madame Erivana Lucenila acordou assustada com um barulho estranho na sala que ficava na parte térrea da mansão, acendeu a luz de cabeceira, percebeu que seu marido Eustáquio ainda dormia e pelo jeito não havia escutado nada. Como era uma mulher corajosa resolveu descer dos seus aposentos para saber do que se tratava. Só os dois estavam ali naquele imenso prédio, os filhos estavam viajando e o mordomo pedira uma dispensa em caráter excepcional, pois um ente querido seu havia falecido. As duas empregadas de que dispunha dormiam em um quarto próximo da cozinha e provavelmente não ouviram nada. Silenciosamente, pé ante pé, começou a descer as escadas. Súbito o barulho cessou e deu lugar a badaladas do relógio ali existente. Madame Erivana Lucenila parou surpresa, o antigo e envernizado marcador de horas badalou doze vezes, exatamente a hora naquele momento.
Depois das badaladas silêncio total e uma grande penumbra na sala. Curiosa a madame reiniciou a descida e quando galgou o último degrau tomou um baita susto, mais um. As luzes acenderam e um grupo de pessoas fantasiadas deu seqüência ao barulho detetado por Erivana, que não escondeu o seu espanto. Colocou as mãos no rosto como se quisesse evitar ver aquela cena que mais parecia um filme de terror e em seguida gritou:
- Que zona é essa? Alguém pode me explicar?
Todos gritaram o seu nome, cada um com uma fantasia ao seu gosto. Tinha fantasma, caveira, lobisomem e até figuras conhecidas como Drácula, Frankenstein, entre outras. A música voltou a tocar e a animação tomou conta da turma fantasmagórica que convidou a madame para participar. Mesmo assustada com aquele reboliço todo ela topou e entrou na onda. Ela ficou sabendo que se tratava de uma festa de Halloween e animou-se toda, lembrou-se dos seus tempos de escola quando participava ativamente dessa brincadeira medonha. Se sentiu uma menina saudando um e outro e abraçando a turma sem parar, estava muito empolgada. Só não contava com alguém sacudindo o seu corpo e pedindo para parar. Era seu marido Eustáquio que dizia para ela:
- Acorda, mulher! Esse teu sonho tá me assustando.