Um pobre jovem de vinte anos possui mais hormônios do que maturidade e, seus anseios e tentativas de ser aceito
desde a família até as elites mais sofisticadas é extenuante. Em sua visão fragmentada e maniqueísta, há muitos vilões e heróis tão confusos como híbridos. Nem é totalmente mau ou bom... O pobre jovem se chamava Armando, um nome em gerúndio que exprimia bem sua condição de filho bastardo de Dr. Venceslau, imponente político local, numa pequena província situada bem no meio do nada. Crescido e alimentado por sua mãe, e tendo apenas o pai como padrinho, seus afetos eram tão frágeis como a mais fina porcelana. Sua mãe era uma exímia costureira e fazia os mais belos vestidos pelas damas da sociedade aristocrática e burguesa. Dotada de grande senso estético, ensinou ao filho as linhas mestras da elegância. Armando fora estudar na capital, então saiu da pequena província e, foi conhecer ares mais profanos e urbanos. E, conheceu um figurão milionário para quem foi trabalhar como contador (ou guarda-livros). Quando sua mãe ficou idosa e, se aposentou foi morar com seu único filho e, então, se surpreendeu com suas conquistas e como galgou sofisticação e esmero. Na capital, tudo parecia uma festa, a iluminação pública transformava a rua num palco...onde os personagens e os scripts eram, por vezes, muito previsíveis. Quando sua mãe adoeceu, ela resolveu contar-lhe sobre seu pai, o notável Doutor Venceslau que era mais velho que sua mãe e, já se encontrava totalmente senil. Armando assombrado com a demência do padrinho, preferiu não alterar os fatos. E, permaneceu como mero afilhado e jamais se arrogou como filho. Quando o padrinho faleceu, compareceu ao velório, mas não assistiu ao enterro. Teve uma breve miragem onde ele relatava que o aceitava e, se desculpava por ter se omitido por tanto tempo. Enfim, Armando conheceu o particípio e, deixou a mágoa de lado, passou a ser apenas um homem maduro e amargo.