Pedido de socorro implícito
No olhar vemos muito, sentimos muito a energia do outro... E foi assim que senti fortemente a energia do mago.
Pelo olhar ele pedia socorro, pelo olhar marejado, que o braço tentava ocultar a lágrima que queria jorrar com tantas outras, um nó na garganta... Ele quer pedir socorro, mas não sabe pra quem... Como ele aparenta ter o mínimo de equilíbrio, ninguém sabe que ele tá quase no seu fim... As olheiras de quem não dorme direito, o andar perdido de quem não está com a razão plena...
Ele me dizia, sem dizer uma palavra, que não aguentava mais...
Que está por um triz de jogar a toalha...
Os seus sonhos, que há dias atrás pareciam finalmente claros... Mais uma vez foram derrubados.
O mago vai morrer! Tá nas últimas.
Se não morrer, saindo da carne, estará morto dentro dela.
E ele não está preocupado mais. Pra ele tanto faz... Ele nem vive! Cada dia mais louco, virando um zumbi perturbado.
Olhe pra ele... Está morto!
Um cadáver ambulante, ansioso, perseguido... Achou que conseguia voltar a viver, mas perdeu o brilho do olhar e o propósito de vida.