COMPADRE
Francisco de Paula Melo Aguiar
Era uma vez um compadre rico conversando com o compadre pobre e seu empregado.
O compadre rico tinha dinheiro e comprava quase tudo.
Tinha a hegemonia do quero, do posso e do mando, da política, da igreja, da justiça e da polícia.
Quem matasse um na cidade para se livrar da polícia bastava correr para dentro de suas terras.
E assim a polícia fechava os olhos e ficava tudo como antes e de agora em diante.
Uma mãe cafetina sem casa para morar procurou o coronel e "vendeu" a virgindade da filha menor de idade, recebendo como pagamento uma casa na rua, desta "vendagem" nasceu um filho que é a cara do pai, porém, não foi por ele registrado e muito menos reconhecido como um a mais dos dele.
Como assim, o coronel afirmava rindo assentado na cadeira de balanço na casa grande: compadre é tempo dos velhos se retirarem porque os novos estão chegando.