Tarde sombria!
Estava à beira da estrada,
sentadinho numa pedra,
quando vi uma boiada?
Que medo! Em qualquer homem medra.
tentei subir em algum pau,
mas só havia uns gravetos.
Na hora me senti mal,
fiquei mole no esqueleto!
Tinha uns mourões de cerca
do outro lado da estrada,
Antes que minha mãe me perca
arranquei em disparada.
O vento assobiava
Por entre minhas orelhas
quando pra trás eu olhava,
como um enxame de abelhas!
Mas olhei bem, outra vez,
eram um rebanho de ovelhas.
Puta merda que cagaço!
Me pegou desprevenido.
Virei o Rei do cangaço,
Dei um grito destemido.
Então subi no mourão,
vi passar a bicharada...
"quaiz" morri do coração,
fiquei com a alma assustada.
Quando eu desci do pau,
Não é que tinha um boi mesmo!
boi chifrudo, muito mau
agora eu viro um torresmo.
então olhei do outro lado,
não é q tinha uma "Arvinha"
Subi nela rapidinho,
Fiquei até de tardinha,
Quando vi um menininho,
que tinha na mão uma cordinha.
chamou o boi pelo nome,
laçou o grande paspalho,
pra mim era um lobisomem.
pra ele só grande galho.
Eu desci dali disfarçado,
daquele pé de carvalho.
O susto me deu uma fome,
Fui pra casa pelo atalho.