A MOÇA DO 601
A garagem era escura, Renata estacionou meio que diagonal o velho fusca. Antes de desligar os faróis, percebeu um vulto, como se alguém se escondesse atrás de uma coluna. Era medrosa, abriu a bolsa e empunhou uma longa tesoura. O elevador não estava funcionando; Pensando nisso, trancou a porta do carro e se dirigiu à escada. Logo depois do primeiro lance, ouviu passos atrás de si, apertou a tesoura com firmeza.
Finalmente chegou ao sexto, o Hall estava deserto, no apartamento 602, havia rumores de gente. Faltava pouco para meia noite, ao girar a chave, sentiu uma mão forte e pesada em seu ombro direito, voltou-se rapidamente e desferiu um golpe certeiro, que atingiu o intruso em pleno olho esquerdo.
O sujeito urrou feito fera varada por lança. Eram quatro apartamentos por andar do edifício de sete andares. Os moradores, assustados, saíram às portas, o ferido precipitou-se escada abaixo, Renata tremia, e suava em abundância. Uma vizinha se ofereceu para acompanhá-la até o amanhecer. (...)
-Mãe! Cheguei! Tô morta de fome... e com muita coisa na mente para escrever, aliás; para contar. O técnico veio ver meu computador?...