Marina e o significado da cor dos olhos

O que dizem a cor dos olhos sobre as pessoas?

Marina era uma pessoa mística que se prendia em significados. Tudo ela queria saber. Significado das flores, das cores, dos nomes... E com a sua curiosidade insaciável ela descobriu o significado das cores dos olhos. Nada mal se isso ficasse apenas enriquecendo o seu conhecimento, mas aí ela começou a analisar as pessoas com as quais se relacionava pela cor dos olhos. Isso causou-lhe uma tremenda confusão em momentos que ela precisava tomar decisões importantes, e se pegava analisando os olhos das pessoas envolvidas.

Em seu trabalho ela conhecia e convivia com várias pessoas e aquele hábito adquirido estava se tornando uma mania difícil de administrar.

Em uma excursão Mariana conheceu pessoas de vários lugares e muito diferentes umas das outras, e mirar nos olhos das pessoas para investigá-las, tinha virado um hábito do qual ela não conseguia ou não queria se desvencilhar. E a maior diversão dela nessa excursão passou a ser a

Observação dos olhos dessas pessoas, o que eles transmitiam de positivo ou de negativo.

Marina começou a dar atenção ao Mário. Um moreno alto de lindos olhos castanhos. Mário era muito interessante e quando chegava em ambiente conturbado ou se aproximar de uma pessoa uma briguenta, crítica, seu olhar emanava firmeza, respeito e assim ele colocava ordem à situação. Ele imprimia respeito através do seu olhar. Os olhos de Mário eram dignos, justos, fortes e verdadeiros.

Era curioso Marina nunca ter percebido essas qualidades do Mário nas outras pessoas de sua convivência que na sua maioria possuíam olhos castanhos.

Ela observou mais de perto a Rose. Que era uma moça muito bonita, morena e os seus olhos castanhos transmitiam coisas que ela não percebia nas outras de olhos da mesma cor e principalmente em Mário. Rose na mesma situação do Mário, ou seja, em ambientes conturbados, se precipitava tomando partido de alguém, colocando lenha na fogueira, o que causava maior irritação nas pessoas. O que ela tinha de bonita tinha também de barraqueira.

Era muito impaciente, intolerante e não aturava desobediência dos subordinados e os humilhava na frente de outras pessoas. E a sua forma arrogante gerava mágoa.

Marina percebeu que algumas de suas amigas tinha olhos negros e começou a investigar as suas ações. Começou por Luana, possuidora de lindos olhos negros, uma pessoa muito especial, pois era muito espiritualizada e não gostava de causar mal a ninguém. Parecia ter o poder de curar, de ajudar as pessoas, pois ao olhar para os seus olhos, seriam como arrancar o mal milagrosamente. A beleza dos olhos negros de Luana comparava-se a sua beleza interior devido à purificação que promoviam na alma.

Então Marina ficou cada vez mais próxima daqueles olhos negros que pareciam fazer tanto bem.

Mas espera aí! Giana também tinha olhos negros e era uma pessoa que pulsava negatividade, não sabia amar. Seu olhar parecia destruidor. Luana e Giana tinham a mesma cor de olhos, mas o olhar que transmitiam eram distintos. Os olhos de Luana e de Giana tinham aquele negro do luar e mais nada. Ao contrário de Luana, Giana era descrente, vingativa.

E então, Mariana percebeu que não era tão difícil saber quando a pessoa era do bem ou não, pois as pessoas do bem como Luana, não encaravam, respeitavam com semblantes ternos e, as pessoas negativas eram irônicas, não piscavam e olhavam direto nos olhos das outras. Possuíam semblantes invasores.

Essa foi mais uma lição aprendida por Marina, a de não julgar. E será que podia confiar nas pessoas pelas cores dos seus olhos? Marina estava cada dia mais confusa.

Então chegou a vez de mergulhar nos olhos verdes. O Vítor trabalhava na mesma empresa que a Mariana, e certo dia ela fixou aquele olhar. Ele tinha lindos olhos verdes e Marina começou a listar os pontos positivos dessa cor que lhe lembrava o mar. E percebeu que o olhar de seu colega, ao olhar para as pessoas emanava para elas equilíbrio das emoções, calma, ternura. Era como se limpasse as tristezas do coração, levantasse a autoestima. Vítor também era um moreno belo, além da beleza dos olhos, como ela não havia reparado nisso? Os seus olhos pareciam animar a criança interna trazendo alegria para o ambiente.

Então ela decidiu que não apenas o Vítor precisaria ser melhor analisado, mas outros olhos verdes e passou a olhar mais atentamente para os olhos das pessoas procurando olhos verdes.

E aí ela conheceu a Luísa, uma moça de beleza espetacular, e olhos verdes. Mas o curioso era que os olhos de Luísa não transmitiam a Mariana as mesmas sensações que os olhos do Vítor.

Os olhares de Luísa produziam certo encantamento, sedução sexual, denunciavam egoísmo e indiferença.

Luísa não possuía nenhuma espiritualidade, era desligada das dores e sofrimento das pessoas e era muito manipuladora, interesseira. Parecia usar os seus lindos olhos para seduzir e controlar as pessoas. Achava-se superior, sempre querendo ter razão em tudo.

Tudo o que importava era o seu prazer pessoal, a sua vaidade.

Pessoas de olhos verdes que não se espiritualizaram são manipuladoras, interesseiras e usam seus olhos para seduzir e controlar. Consideram-se melhores que os outros e sempre querem estar com a razão.

Marina estava meio decepcionada com as suas descobertas porque mais uma vez duas pessoas com a mesma cor de olhos em nada se pareciam. Uma era muito positiva e a outra muito negativa, será que tinha alguma coisa a ver com a espiritualidade? Sim porque o Vítor tinha uma espiritualidade muito desenvolvida e a Luísa nenhuma. Seria isso que os tornava tão diferentes?

Quando Marina olhou para seu chefe e percebeu que ele tinha olhos cor de mel. Perguntou-se por que nunca tinha percebido isso se Guilherme era seu chefe havia mais de um ano?

Ela sabia que ele não era nada místico ou religioso porque já haviam conversado sobre espiritualidade antes, mas nunca havia olhado fixamente em seus olhos. Então quando o mirou percebeu muitas coisas que haviam passadas despercebidas, como o fato de ele ser tão desprovidos do amor. Ele era uma pessoa fria, distante e nunca se preocupou em ajudar ninguém, mesmo as pessoas mais próximas.

Quando alguém lhe pedia ajuda, ele dizia que os problemas daquela pessoa não lhe diziam respeito. Mas quando precisava de ajuda ou estava sofrendo por alguma razão, se fazia de bonzinho. Aqueles olhos mostravam uma pessoa carinhosa, mas apenas quando tinha algum interesse envolvido. Marina se perguntou por que não havia percebido isso antes.

Mas não desistiu e continuou procurando pelos olhos cor de mel para saber se todos eram iguais ao seu chefe.

Não demorou e encontrou uma senhora que lhe fez valer a pena a procura, pois seus olhos eram acolhedores. Aquela senhora gostava de ajudar às pessoas sofridas, necessitadas. Quando percebia alguém triste se aproximava com suavidade, olhava-a com olhos de bondade e oferecia o seu ombro. As pessoas sentiam -se aconchegadas com a ternura que resplandecia do seu olhar e começavam a se sentir melhores.

Então ela percebeu que em dona Zuzu havia muita espiritualidade, que ela tinha muita fé, orava bastante, devia ser por isso emanava dela tão grande amor maternal. Essa senhora, dona Zuzu, possuía sentimentos nobres e muitas intenções filantrópicas. Fazia parte de grupos voluntários de ajuda ao próximo. E talvez por isso, dos seus olhos cor de mel, emanassem tantas vibrações positivas.

Cristiano era sensacional. Seus olhos cinza espelhavam reflexão e quietude. Era um rapaz bonito e espiritualizado e ao olhar para os olhos de alguém, emanava vibração de autorreflexão. Seus olhos transmitiam às pessoas energia de mansidão e sabedoria.

Já Helena era uma loura muito bonita e possuidora de lindos olhos cinzas. Era confiante e nada tinha de espiritualidade nem de caridade. Os seus olhos transmitiam desânimo, tristeza e depressão, causando muitas vezes, sensação de vazio e mal-estar.

Ela não conheceu outras pessoas de olhos cinzentos iguais aos de Helena e focou em outras cores.

Quando Marina conheceu Lúcia, logo percebeu os seus olhos que tinham uma cor difícil de encontrar. Tinham uma tonalidade violeta que a deixou encantada. Que olhos mais lindos possuía a Lúcia. E Marina leu naquele olhar vitalidade, energia. Parecia que Luísa carregava consigo a missão de cuidar de pessoas debilitadas, crianças, idosos. Ela era alguém esclarecida e de muita força espiritual.

E o mesmo destino que colocou a Lúcia de olhos violetas diante de Marina, também colocou Júnior com a mesma cor de olhos. Aquele roxo tão singular.

Os olhos de Júnior eram tristes, mostravam depressão, distúrbios psicológicos. O que o atraía sexo excessivo. Era instável e não gostava de ser importunado em seu descanso. Situações difíceis o angustiavam e ele fugia nervoso. Tinha pesadelos e constantes colapsos nervosos que tiram sua paz interior.

Marina entendeu que isso não era resultado da cor dos seus olhos, mas da sua falta de autoconhecimento e espiritualidade.

Marina já havia mapeado várias cores de olhos e chegou na tonalidade do céu. Ela achava muito bonitas as pessoas de olhos azuis e conheceu dois irmãos.

Miguel era de estatura mediana e possuidor de belos olhos azuis dos quais emanava luz. Era irmão gêmeo de Mateus. Gêmeos idênticos, mas de personalidades completamente diferentes.

Enquanto Miguel era calmo, prestativo, alegre e pacífico.

O seu irmão Mateus passava frieza, desprezo, amargura. Amava apenas o que lhe convinha. Era muito crítico e quando estava nervoso falava mal de todos e chorava quando se sentia incompreendido.

Que pena! Enquanto um irmão emanava positividade o outro transmitia negatividade. O que a intrigava era o fato de eles serem gêmeos idênticos.

Marina pensou que já havia concluído a sua pesquisa intrigante, porém conheceu mais um par de olhos chamativos, dessa vez eram olhos camaleônicos, que mudavam de cor dependendo da luz e da ocasião.

A cor dos olhos de José chamou a sua atenção imediatamente, pois pareciam furta-cor. Mudavam de tonalidade, como um camaleão. Ela nunca conhecera ou nunca prestara atenção em pessoas com olhos de camaleão, com a capacidade de se adaptar a qualquer situação.

Então ela recorreu à sua recente pesquisa, sobre o significado da cor dos olhos e começou a traçar um mapa mental de José. De acordo com o seu manual, ele seria o tipo de pessoa capaz de se adaptar a qualquer tipo de pessoa e crença. Influenciava pela persuasão e redirecionava todos que porventura estivessem perdidos psicológica e espiritualmente.

Hummmm! Isso era muito interessante. Então Marina começou a se aproximar dele para saber mais. E ela achava intrigante os olhos de José mudarem de cor conforme seu estado emocional ou sua intenção.

As cores se alternavam desde o verde-claro até o castanho-escuro e, em algumas vezes, surgia uma auréola azul ao redor da retina. Aquilo era fascinante.

Em outras ocasiões ela percebeu que quando os olhos dele estavam escuros, era em momentos em que ele estava em liderança, combatendo ou se fechando para repor energia psíquica e corporal; e quando estavam castanho-claros ou mel, eram em ocasiões que ele tinha intenção de acolher; mas quando ele parecia estar em paz, alegre ou sentindo prazer por algo bom que estivesse acontecendo seus olhos adquiriam uma tonalidade verde.

Aqueles olhos pareciam que estavam sempre manipulando positivamente e intermediando algum conflito ou desavença de pessoas, levando-as ao entendimento e resolução dos problemas que as afligia. Ele parecia ter facilidade de conseguir se fazer entender por pessoas diversas, de diversas classes sociais, religiosas e intelectuais.

Ele parecia ter a missão de se infiltrar nos lugares blindados pelas culturas e pelos preconceitos e influenciar, sem que a pessoa percebesse que estavam sendo influenciadas, para eliminar preconceitos, seus medos inconscientes. Marina agradeceu por conhecer uma pessoa tão positiva e relacionou as qualidades de José à cor dos seus olhos. Mas tinha suas dúvidas se todas as pessoas de olhos camaleônicos teriam essas mesmas qualidades.

Parece que algo estava conspirando para que Marina concluísse o seu objetivo. Pois ela havia analisado duas pessoas de cada cor de olhos e não demorou muito para ela conhecer outra pessoa com olhos de camaleão.

Heitor era um jovem sem espiritualidade nenhuma e sem autoconhecimento. Parecia desconhecer a sua verdadeira tarefa nesta vida, mas como ele sabia manipular as pessoas para conseguir seus objetivos pessoais e egoísticos. Ele parecia um espião que se moldava a qualquer situação para adquirir informações e segredos dos outros, para seu próprio proveito. Marina percebeu que ele era falso amigo, que se envolvia facilmente em qualquer ambiente somente para adquirir conhecimentos, informações e táticas para si, pois tinha o poder da persuasão e usava seu poder em benefício próprio.

Ele sabia ser um bom manipulador em sua profissão e conseguia inverter situações para se defender e se tornar inocente porque as pessoas acreditam em suas palavras e sentiam compaixão pelo seu olhar e teatral comportamento indefeso. O olhar fingido de Heitor, quando queria conquistar, invadir, manipular lembrava o olhar do Gato de Botas.

E Marina pensou que analisara tantas pessoas, mas não havia analisado os seus próprios olhos. Mas como poderia analisar-se a si mesma? Já nem sabia se as cores dos olhos diziam mesmo algo sobre as pessoas.

Marina ficou muito desapontada. O que estaria errado com a teoria da cor dos olhos a que tanto se dedicara? Comparara duas pessoas com a mesma cor de olhos: verdes, azuis, negros, castanhos, cor de mel, violeta e até camaleônicos, mas em nenhuma das cores ela encontrou duas pessoas com as mesmas características.

Ela havia começado uma busca incansável por respostas por entender que as cores possuíam poder sobre as emoções, sobre pessoas. Pensava que a cor dos olhos exercesse influências sobre as pessoas e os relacionamentos e indicassem uma das missões espirituais de cada ser.

Talvez fosse verdade, mas em parte porque o que havia percebido em sua jornada foi que não era somente a cor dos olhos que marcava a personalidade de cada pessoa, mas também a espiritualidade e o autoconhecimento de cada uma. Pois as pessoas negativas de cada cor analisada, nenhuma delas era religiosa ou tinha uma espiritualidade desenvolvida.

Marina entendeu que era importante sempre usar a cor dos olhos, presenteadas por Deus, de forma positiva, mas se usada para o mal a escolha era individual. Uma escolha que poderia ser consciente ou não.

Talvez as pessoas com comportamento negativo nem tenham percebido por se encontrarem em nível de inconsciência. Talvez fosse tudo apenas uma questão de misticismo.

Umbelina Marçal Gadelha

Baseado no texto “O que as cores de seus olhos dizem sobre você”.

Umbelarte
Enviado por Umbelarte em 08/09/2023
Código do texto: T7881171
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