A luz do falso brilho
Lagartinha observando joaninha sair pelos jardins afora, vivia se queixando a sua mãe, que não aproveitava a vida, que só ficava ali naquela folha de açaizeiro a andar de um lado para o outro e a observar a natureza, dia a dia.
Mamãe lagarta pediu a sua filha paciência, que tudo vem em seu tempo, em sua hora. alertou-a que ali elas estavam bem protegida dos predadores, que haveria um dia, em que ela iria acordar diferente, mais amadurecida e veria o mundo de outra forma. Entretanto, como a sua impulsividade juvenil a atiçava, ela não ouviu e quis , por si provar o mundo e saiu.
Naquela impaciência, que pulsa sem controle da razão ela desceu do açaizeiro e caminhou livre pelo terreiro. Sentiu nos pés o prazer do chão, cada grão...sentiu a água da chuva de outra forma e pensando, acreditou, que viver era fazer o que bem quisesse, como seu coração.
No entanto, a vida no dia a dia, ensina, que tudo não é como no cinema. E assim como a joaninha, que fora do seu habitat sofreu vertiginosas perseguições até lhe ceifarem a vida. Lagartinha, ia seguindo, quando encontrou uma formiguinha que vinha aflita e apreensiva. Trazendo em suas expressões aquela informação de horror, a família da joaninha, que por tanto querer viver a liberdade do seu querer, deixou de existir bem cedo.
Tristeza no jardim e arrogância nas decisões da lagartinha começaram a forjar outra, que seria noticia de um final imprudente. Seguia ela a estrada, saindo daquela rota conhecida. Sua mãe, lá do alto a via com preocupação, mas obstinada ela seguia seu arbítrio, por entender, que o pomar alheio é sempre o melhor anseio.
Então, quando ela partia, pensando em só viver, foi surpreendida pelo perigo, um sabiá, que atentou contra sua vida. Sem piedade ou castigo, mas motivado pela fome, que é um terreno nesse mundo vivido, a comeu sem qualquer pesar. Pra quem foi observador ela, sem querer deixou a lição, de que se precisa nessa vida ter sensatez, em suas decisões, pra não vir a ser vitima dos seus impulsos.