FLOR COM DEFEITO
Estavam sentados na porta da casa dois Pereirinhas e o avô. O velho nos seus noventa e quatro anos tinha um cardápio de histórias que meu Deus, e ainda tocava um violão. Os pequenos o chamavam de come-Dorme. Pode um carinho desses?!
Come-dorme resolveu cantar uns versos dos tempos que namorava, batia no violão, mascava um tabaco e depois se gabava.
- Não gosto de velsos qui fala de amô cum açúcar. – eu nasci pra ti, tu nasceu pra mim, tudo bobage besta. Esses de sordade do tipo fico pasmando istrelas te vejo in dentro delas, bestera i tal.
velsos sem rima, nunca vi, quer dizer, então! Se num aprecisasse de rima rã namorava com grilo, mas nunca namoraru não. Quer dizer, então! Excrisivamente velsos vem da arma, do coração, aí é dos bam. Quer dizer, então!
- Diz um verso aí, vô.
Come-dorme pensou, fez um drão no violão e soltou:
“Lampeja lampião, que hoje tem visita
Toco minha viola perfumo meu coração
Meu pavio aceso é pra Consita
Home que de mim inveja tem
Num ove meu violão
Drão, drão, drão,
Lampeja meu coração”
- Mas muito bonito, vô.
- Fiz pra Consita e pra todas namoradas que tinha nome ITA
- Ah, vô, por isso que é bonita.
Sai o outro Pereinha:
- Vô, fiz uns versos pro senhor ouvir. É assim, vô:
“Há uma menina feia, feia de doer
Tem cabelo de boneca velha,
Orelha de orelhão
Os olhos lusco-fuscos
E nariz de jaburu
Essa menina feia vive a me perseguir
Querendo um beijo meu – cruz credo três vezes –
Eu fujo, corro, me escondo desse zumbi
Há na minha rua uma menina linda,
Linda feito anjo, diamante, ouro, estrela, nuvem, rosa, miosótis, um colibri.
Passa por mim, não olha, não fala, não vê. – cruz credo três vezes - deve dizer
Ah, eu quero um beijo da sua boca,
Se não quero morrer.”
E aí, que tal, vô?
- UMA FROR!
Drão!
Estavam sentados na porta da casa dois Pereirinhas e o avô. O velho nos seus noventa e quatro anos tinha um cardápio de histórias que meu Deus, e ainda tocava um violão. Os pequenos o chamavam de come-Dorme. Pode um carinho desses?!
Come-dorme resolveu cantar uns versos dos tempos que namorava, batia no violão, mascava um tabaco e depois se gabava.
- Não gosto de velsos qui fala de amô cum açúcar. – eu nasci pra ti, tu nasceu pra mim, tudo bobage besta. Esses de sordade do tipo fico pasmando istrelas te vejo in dentro delas, bestera i tal.
velsos sem rima, nunca vi, quer dizer, então! Se num aprecisasse de rima rã namorava com grilo, mas nunca namoraru não. Quer dizer, então! Excrisivamente velsos vem da arma, do coração, aí é dos bam. Quer dizer, então!
- Diz um verso aí, vô.
Come-dorme pensou, fez um drão no violão e soltou:
“Lampeja lampião, que hoje tem visita
Toco minha viola perfumo meu coração
Meu pavio aceso é pra Consita
Home que de mim inveja tem
Num ove meu violão
Drão, drão, drão,
Lampeja meu coração”
- Mas muito bonito, vô.
- Fiz pra Consita e pra todas namoradas que tinha nome ITA
- Ah, vô, por isso que é bonita.
Sai o outro Pereinha:
- Vô, fiz uns versos pro senhor ouvir. É assim, vô:
“Há uma menina feia, feia de doer
Tem cabelo de boneca velha,
Orelha de orelhão
Os olhos lusco-fuscos
E nariz de jaburu
Essa menina feia vive a me perseguir
Querendo um beijo meu – cruz credo três vezes –
Eu fujo, corro, me escondo desse zumbi
Há na minha rua uma menina linda,
Linda feito anjo, diamante, ouro, estrela, nuvem, rosa, miosótis, um colibri.
Passa por mim, não olha, não fala, não vê. – cruz credo três vezes - deve dizer
Ah, eu quero um beijo da sua boca,
Se não quero morrer.”
E aí, que tal, vô?
- UMA FROR!
Drão!