FESTA NO TRAPICHE
"FESTA NO TRAPICHE" É O TÍTULO DO PROJETO QUE ESTOU TRABALHANDO. A INTENÇÃO É LANÇAR UM LIVRO DE CONTOS DE HUMOR. FAZER O LEITOR, A LEITORA SOLTAR O RISO FÁCIL. AQUELE RISO DESPREOCUPADO QUE DEIXA A GENTE RINDO SOZINHO QUANDO LEMBRA DA HISTÓRIA, DO PERSONAGEM. E AS PESSOAS PERGUNTAM: TÁ RINDO DE QUÊ? A RESPOSTA SEMPRE SIMPLES: NADA, NÃO. BOBAGEM!
ASSIM COMO LUTO TODO DIA O DIA TODO E MAIS O TEMPO QUE POSSO PARA VENDER O LIVRO "DIZERUDITO - poemas", DA MESMA FORMA ANDO A CONTACTAR POSSÍVEIS INTERESSADOS EM PATROCINAR A PUBLICAÇÃO DESSAS HISTÓRIAS QUE ESTÃO SE AMONTOANDO NAS MINHAS MÃOS. VOU CONSEGUIR, EU SEI QUE VOU. AFINAL, APRENDI "QUE TUDO PODEMOS NAQUELES QUE NOS FORTALECEM."
VAMOS, ENTÃO, AO INÍCIO DO QUASE INÉDITO:
"FESTA NO TRAPICHE"
Seu Pelhanca passava cedo na direção do mercado. Dona Tiquitìta abriu a porta.
- Cumpadre, vai no mercado? ô cumpadre, traz uns maparazinhos pra mim fazer um caldo pra esse pequeno que tá panema faz dias.
- O que ele tem, cumadre?
- Não sei, um fastio que tá verde.
- Trago sim, cumadre.
O pequeno gritou de lá de dentro. - Seu pelhanca, traz uns tebas. (PORRUDO)
Lá no mercado, um barulho, o converseiro dos que iam só para a prosa no clipe do seu Milhão. Hoje a noite tem a festa do Fábio da tia Cota. Pelo menos pra isso serve essas eleições, disse a Dìtoca corcunda da perna torta. Como era sábado, depois do meio dia ninguém botava a cara na porta, a cidade morria. Só o pessoal do Fábio da tia Cota é que enfeitava o trapiche pro o comício e a festa. Depois das seis, todo mundo tava convidado. Festa boa tinha que ser no trapiche, todo mundo vinha, os do outro lado chegavam de canoa, de barco, os barqueiros de fora gastavam dinheiro. Sete da noite já tinha gente porre, o Cara Amolada não se agüentava, o Costa de Borracha não botava camisa de jeito nenhum, mas tava lá, era parceiro do Cara Amolada.
No palanque armado o conjunto do Seu Gito passava o som. O seu Gito era vocalista e guitarrista, o filho dele, o Gitito era o baixista, no sax tinha o azedo, o baterista cabeludo era o mais pavulagem, se chamava Teu cu. Teu cu fazia o maior sucesso em todas as festas, todo mundo gostava de vê o Teu cu na bateria.
O Japim só aparecia quando tinha festa, mas sabia da vida de todo mundo. Também, não era pra menos, pois ele era casado com a dona Diva que passava o dia batendo perna de casa em casa, cobrando a mensalidade da funerária. Na verdade o nome dela era Merandolìna, Diva era só as iniciais do apelido DEPARTAMENTO DE INVESTIGAÇÃO DA VIDA ALHEIA. Lá pelas oito o trapiche já tava cheio; Teu cu fazia um barulho, seu Gito testava o microfone.
- Alô som, alô som, testando, experiência, um, dois, Boa noite, boa noite.
Rolou a primeira música, o pessoal se grudou, o trapiche balançava. Era um xote bonito só lembro um pedaço “..Seu domingo cadé seu motor? O meu motor matá-matá matou...” Mané Pipi, um índio velho criado pelo Pato Rouco adorava aquela música, me lembro porque Mané Pipi era contador de casos e cantava sempre essa música.
A mesa mais animada era a da Bolota, Cebola, Dona Cara de Caralho e Ditoca corcunda da perna torta. O Fábio da Cota já havia feito o discurso e o pau cantava e Teu cu já tava suado. Chegou o barco do pessoal que foi jogar bola do outro lado, do jeito que jogaram chegaram, foram agarrando as pequenas e dançando. De repente o Gito para o som e avisou.
- Queria dizer a todos que isso aqui é uma dançarina e não um campo de futebó, os pessoal que tá dé sapato dé bola, por favor, se aretire da pista. O Fábio da Cota foi remediar o aviso porque ele é quem tinha comprado o jogo de camisa e as chuteiras pro time.
A mesa do Seu Milhão tava cheia de cerveja. Ele falava alto, era bafento.
- Se eu tivesse um milhão toda semana tinha festa, se eu tivesse um milhão todo mundo cumia carne aqui, se eu tivesse um milhão...
Lá pelo meio da festa a Dicota já estava esticada de tanto dançar, passava já dos sessenta centímetros. Dicota, Bolota, Cebola e Dona Cara de Caralho juntas não era boa coisa, sempre arrumavam confusão. Pra se ter uma idéia, diziam que dona Cara de Caralho quando ficava com raiva mastigava até poste.
Pelas tantas o Gito deu uma parada na música pro Teu cu e os outros descansarem e aproveitar pra mandar uns recados.
- Premeiramente queremos gradecer o Fábio da tia Cota por essa dançarina que tá muito alegre, vamo dá uma sarva de parmas pro nosso futuro vereador. Recado de alguéns para o Carne de porco. `Carne de porco cuidado com tua filha Coló, ela nem fez quinze ano e já não é mais nada do que tu pensa, abraços dos pessoal do clipe´. Por falar nisso, o próximo recado era para a Coló. `Coló, alguém que tu sabe quem é té espera atrás da igreja´. Comentário do Gito: - só té digo vai!
Na agitação da festa o Fábio resolveu visitar as mesas, coisa de candidato, pegar de mão em mão, abraçar os amigos. - Se eu tivesse um milhão tu tava era eleito. Adivinha quem falou isso? Quando chegou na mesa das quatro, a Ditoca corcunda da perna torta falou.
- Nós viemo pra beber e dançar porque nós num votamo em candidato cabeça de touro. Aí o negócio não prestou porque o Fábio quis saber daquela história de touro e rumou pra buscar a Fátima.
- E aqui tá, me explica esse negócio que a Ditoca tá falando de mim aí.
- Repete se tu for meia mulher, disse a Fátima.
- Arepito e digo pra todo mundo ouvir e quem pode contar melhor é o japim que sabe de tudo o que tu faz, Fátima.
Ih, mexeram com a língua do Japim, falou o Costa de Borracha, não vai sobrar pra ninguém.
- Depois eu converso com o Japim, tu vai me explicar esse negócio mais tarde, Fátima.
A Fátima ficou com a cara de vidraça, transparente que dava pra vê tudo dentro dela.
- Essa tá ferrada! falou Dona Tiquitita.
- Tá é fudida, alguém disse.
- Fudido tá é o Fábio, falou seu Milhão.
- E vocês quatro vão tomar no olho do cu da mãe de vocês porque eu não preciso de voto de gente vadia.
Ah, pra que o Fábio cabeça de touro falou aquilo, foi mexer logo com a Bolota, a Cebola, a Dicota e a Dona Cara de Caralho. O negócio não prestou, mas não prestou mesmo.
Mas a festa vai continuar e tem mais histórias. Depois eu conto como terminou a festa. Um capítulo especial vai contar porque o filho da Dona Tiquitita tava panema, só pra adiantar ele, entre outras coisas, era viciado em comer cabeça de palito de fósforo. Tem o caso da pequena que morreu afogada. Tem o caso daquele jogo de futebol. E não é que conseguiram engravidar a Dìcota Corcunda da Perna Torta. Tem o triste caso do Mane Pipi. Vou contar todos. E ainda tem o caso do barqueiro ladrão de santo. Esse é bom. OS PEREIRINHAS VÃO NO MEIO.
"FESTA NO TRAPICHE" É O TÍTULO DO PROJETO QUE ESTOU TRABALHANDO. A INTENÇÃO É LANÇAR UM LIVRO DE CONTOS DE HUMOR. FAZER O LEITOR, A LEITORA SOLTAR O RISO FÁCIL. AQUELE RISO DESPREOCUPADO QUE DEIXA A GENTE RINDO SOZINHO QUANDO LEMBRA DA HISTÓRIA, DO PERSONAGEM. E AS PESSOAS PERGUNTAM: TÁ RINDO DE QUÊ? A RESPOSTA SEMPRE SIMPLES: NADA, NÃO. BOBAGEM!
ASSIM COMO LUTO TODO DIA O DIA TODO E MAIS O TEMPO QUE POSSO PARA VENDER O LIVRO "DIZERUDITO - poemas", DA MESMA FORMA ANDO A CONTACTAR POSSÍVEIS INTERESSADOS EM PATROCINAR A PUBLICAÇÃO DESSAS HISTÓRIAS QUE ESTÃO SE AMONTOANDO NAS MINHAS MÃOS. VOU CONSEGUIR, EU SEI QUE VOU. AFINAL, APRENDI "QUE TUDO PODEMOS NAQUELES QUE NOS FORTALECEM."
VAMOS, ENTÃO, AO INÍCIO DO QUASE INÉDITO:
"FESTA NO TRAPICHE"
Seu Pelhanca passava cedo na direção do mercado. Dona Tiquitìta abriu a porta.
- Cumpadre, vai no mercado? ô cumpadre, traz uns maparazinhos pra mim fazer um caldo pra esse pequeno que tá panema faz dias.
- O que ele tem, cumadre?
- Não sei, um fastio que tá verde.
- Trago sim, cumadre.
O pequeno gritou de lá de dentro. - Seu pelhanca, traz uns tebas. (PORRUDO)
Lá no mercado, um barulho, o converseiro dos que iam só para a prosa no clipe do seu Milhão. Hoje a noite tem a festa do Fábio da tia Cota. Pelo menos pra isso serve essas eleições, disse a Dìtoca corcunda da perna torta. Como era sábado, depois do meio dia ninguém botava a cara na porta, a cidade morria. Só o pessoal do Fábio da tia Cota é que enfeitava o trapiche pro o comício e a festa. Depois das seis, todo mundo tava convidado. Festa boa tinha que ser no trapiche, todo mundo vinha, os do outro lado chegavam de canoa, de barco, os barqueiros de fora gastavam dinheiro. Sete da noite já tinha gente porre, o Cara Amolada não se agüentava, o Costa de Borracha não botava camisa de jeito nenhum, mas tava lá, era parceiro do Cara Amolada.
No palanque armado o conjunto do Seu Gito passava o som. O seu Gito era vocalista e guitarrista, o filho dele, o Gitito era o baixista, no sax tinha o azedo, o baterista cabeludo era o mais pavulagem, se chamava Teu cu. Teu cu fazia o maior sucesso em todas as festas, todo mundo gostava de vê o Teu cu na bateria.
O Japim só aparecia quando tinha festa, mas sabia da vida de todo mundo. Também, não era pra menos, pois ele era casado com a dona Diva que passava o dia batendo perna de casa em casa, cobrando a mensalidade da funerária. Na verdade o nome dela era Merandolìna, Diva era só as iniciais do apelido DEPARTAMENTO DE INVESTIGAÇÃO DA VIDA ALHEIA. Lá pelas oito o trapiche já tava cheio; Teu cu fazia um barulho, seu Gito testava o microfone.
- Alô som, alô som, testando, experiência, um, dois, Boa noite, boa noite.
Rolou a primeira música, o pessoal se grudou, o trapiche balançava. Era um xote bonito só lembro um pedaço “..Seu domingo cadé seu motor? O meu motor matá-matá matou...” Mané Pipi, um índio velho criado pelo Pato Rouco adorava aquela música, me lembro porque Mané Pipi era contador de casos e cantava sempre essa música.
A mesa mais animada era a da Bolota, Cebola, Dona Cara de Caralho e Ditoca corcunda da perna torta. O Fábio da Cota já havia feito o discurso e o pau cantava e Teu cu já tava suado. Chegou o barco do pessoal que foi jogar bola do outro lado, do jeito que jogaram chegaram, foram agarrando as pequenas e dançando. De repente o Gito para o som e avisou.
- Queria dizer a todos que isso aqui é uma dançarina e não um campo de futebó, os pessoal que tá dé sapato dé bola, por favor, se aretire da pista. O Fábio da Cota foi remediar o aviso porque ele é quem tinha comprado o jogo de camisa e as chuteiras pro time.
A mesa do Seu Milhão tava cheia de cerveja. Ele falava alto, era bafento.
- Se eu tivesse um milhão toda semana tinha festa, se eu tivesse um milhão todo mundo cumia carne aqui, se eu tivesse um milhão...
Lá pelo meio da festa a Dicota já estava esticada de tanto dançar, passava já dos sessenta centímetros. Dicota, Bolota, Cebola e Dona Cara de Caralho juntas não era boa coisa, sempre arrumavam confusão. Pra se ter uma idéia, diziam que dona Cara de Caralho quando ficava com raiva mastigava até poste.
Pelas tantas o Gito deu uma parada na música pro Teu cu e os outros descansarem e aproveitar pra mandar uns recados.
- Premeiramente queremos gradecer o Fábio da tia Cota por essa dançarina que tá muito alegre, vamo dá uma sarva de parmas pro nosso futuro vereador. Recado de alguéns para o Carne de porco. `Carne de porco cuidado com tua filha Coló, ela nem fez quinze ano e já não é mais nada do que tu pensa, abraços dos pessoal do clipe´. Por falar nisso, o próximo recado era para a Coló. `Coló, alguém que tu sabe quem é té espera atrás da igreja´. Comentário do Gito: - só té digo vai!
Na agitação da festa o Fábio resolveu visitar as mesas, coisa de candidato, pegar de mão em mão, abraçar os amigos. - Se eu tivesse um milhão tu tava era eleito. Adivinha quem falou isso? Quando chegou na mesa das quatro, a Ditoca corcunda da perna torta falou.
- Nós viemo pra beber e dançar porque nós num votamo em candidato cabeça de touro. Aí o negócio não prestou porque o Fábio quis saber daquela história de touro e rumou pra buscar a Fátima.
- E aqui tá, me explica esse negócio que a Ditoca tá falando de mim aí.
- Repete se tu for meia mulher, disse a Fátima.
- Arepito e digo pra todo mundo ouvir e quem pode contar melhor é o japim que sabe de tudo o que tu faz, Fátima.
Ih, mexeram com a língua do Japim, falou o Costa de Borracha, não vai sobrar pra ninguém.
- Depois eu converso com o Japim, tu vai me explicar esse negócio mais tarde, Fátima.
A Fátima ficou com a cara de vidraça, transparente que dava pra vê tudo dentro dela.
- Essa tá ferrada! falou Dona Tiquitita.
- Tá é fudida, alguém disse.
- Fudido tá é o Fábio, falou seu Milhão.
- E vocês quatro vão tomar no olho do cu da mãe de vocês porque eu não preciso de voto de gente vadia.
Ah, pra que o Fábio cabeça de touro falou aquilo, foi mexer logo com a Bolota, a Cebola, a Dicota e a Dona Cara de Caralho. O negócio não prestou, mas não prestou mesmo.
Mas a festa vai continuar e tem mais histórias. Depois eu conto como terminou a festa. Um capítulo especial vai contar porque o filho da Dona Tiquitita tava panema, só pra adiantar ele, entre outras coisas, era viciado em comer cabeça de palito de fósforo. Tem o caso da pequena que morreu afogada. Tem o caso daquele jogo de futebol. E não é que conseguiram engravidar a Dìcota Corcunda da Perna Torta. Tem o triste caso do Mane Pipi. Vou contar todos. E ainda tem o caso do barqueiro ladrão de santo. Esse é bom. OS PEREIRINHAS VÃO NO MEIO.