O reencontro com a terra natal
Sentia que naquele singelo vilarejo tudo lhe faria sentido: a paz, a natureza, a liberdade, a saúde, posto que, nova paixão.
Reencontrava, felizmente, com o seu passado, depois de longo tempo aprisionado na ostentação da grande metrópole.
Olhos marejados diante da nostalgia e da emoção sentida em ter sido expulso de casa pelo pai por ser flagrado cultivando maconha. Havia cumprido a promessa em retornar, após quarenta anos, quando deixou aquela vida na roça pelo sonho de conquista na capital.
Poucas coisas restaram daquela época, somente a casebre dos avós, lugar onde nasceu, o majestoso cajuzeiro à beira do curral, a igreja evangélica de pedra em ruínas, seus velhos amigos de aventura (Tonho e Leda) e a rústica escrivaninha de madeira, cujas lições, desenhos e leituras serviram de infinitos pensamentos.
Construiu uma granja onde, com ajuda de uma jovem e bela camponesa, produzem ovos gigantes de galinhas modificadas e vende para os consumidores chineses e cultivam chás amazônicos e canabis, numa estufa suspensa, com destino aos grandes laboratórios medicinais da Holanda.
Quinzenalmente seus ilustres compradores vêm buscar as preciosas mercadorias. Um reencontro com a terra, com o novo trabalho e com a paixão pela vida.