Mais um caso
Difícil dizer, que os dias são pra se tomar de conta, pra não morrer.
Sob a égide dos princípios divinos, há que se dizer, que o fim está logo ali. Não obstante, outras ideias, ensinamentos filosóficos ou dogmas religiosos, fora dos textos sagrados são postulados como a certeza arguindo assintosamente no dia a dia.
Prova disso, que a tecnologia a serviço do homem, faz mais vítimas do que traz alegrias. As vezes pode ser arma nas mãos de quem não devia.
Assim Marcelo saiu para o trabalho, como de costume, beijou sua esposa e filha, despediu-se de sua mãe e foi-para mais um dia.
Assentado o dia inteiro num ônibus de linha, parando e seguindo, seguindo e parando. Sossegando nos cruzamentos, quando vermelho e nos congestionamentos, quando andar não era permitido. Recebendo e ofertando bom dia, sob o sol causticantes das rodovias, ele finalmente, fielmente termina sua jornada.
Cansado, com fome e a se roer de dor na panturrilha, porque a embreagem do transporte envelhecido e sem manutenção devida, argumentava a sua partida-chegada, pra interagir com o celular e pedir um uber.
Transporte, tão eficiente e rápido, de um bom custo, convenceu Marcelo, a pedir um.
Largando do serviço as 15 horas, ficou a esperar, não mais que cinco minutos.
Boa tarde disse o motorista, replicado por Marcelo, que após isso. Permaneceu calado até o destino final, devido o seu dia estafante .
Chegando nas imediações do endereço, o motorista, falou:
- meu querido, me desculpe mas vou ficar até aqui.
Marcelo meio que zonzo, disse:
- não meu amigo, até a minha casa ainda ando várias quadras. Então complete a corrida, que pelo aplicativo há foi pago.
O motorista retrucou:
- Não. Desse ponto não vou. É perigoso.
Marcelo falou:
- como fico, se paguei a corrida toda\
O motorista reiterou:
- peça reembolso pelo aplicativo.
A conversa norteou pra discussão, onde então Marcelo e o Motorista não chegaram a um acordo.
Contrariado Marcelo saiu do carro e com força bateu a porta. O motorista já exaltado discutiu sem sair do veículo e Marcelo batia o pé reclamando seus direitos, que o motorista , assim como muitos políticos, assim como em muitos serviços do governo , sobretudo na justiça comum, apenas ironizou. E sob um ato de insanidade deu ré no carro contra a pessoa de Marcelo, que caiu de mau jeito, fraturando a perna e um dos dedos.
Satisfeito com a ação, sem saber dos efeitos, o motorista se foi.
Marcelo sob dor foi acudido por dois senhores, que o levaram a sua residência. De lá chamaram o SAMU, que o resgatou levando-o imediatamente ao Pronto Socorro da cidade.
Aos prantos sua mãe e sua filha ficaram a procurar consolo, enquanto sua esposa, ainda atônita o acompanhava, na estrada .