Convite Mortal
Ao sair do templo , dona Aurora foi interpelada pela amiga:
- Aurora, tu não gostaria de ir a inauguração do tempo, que o meu marido vai ser pastor?
Virou-se e com o sorriso na face, quando se deoara com um conhecido, ela respondeu:
- oi Helena...Será um prazer pra mim. Me dê o endereço?
Sem perder tempo num folder daquele templo, Helena, colocou até a condução, que melhor se adequava.
Como de costume, sorriso exposto, um abraço e um beijo no rosto, ambas se despediram desejando um bom domingo.
No domingo seguinte, dona Aurora se arrumando pra ir ao templo, cujo convite havia sido feito. Pegou o folder da bolsa e duas horas antes caminhou a parada , para não atrasar.
Saltando na parada indicada, ficou confusa, pois as ruas sem placas indicativas do bairro em Belém , a fizeram se expor a perguntar para outros transeuntes.
- Por favor moço, onde fica esse endereço?
O senhor olhou e disse que não sabia.
Ela seguiu o instinto e sobre um cruzamento, arriscou e de novo, perguntou:
- senhor, por favor onde fica esse endereço?
Aquele senhor leu e falou:
- me siga, que irei pra lá.
Sem alternativa, ela o seguiu.
Após algumas horas o homem falou:
- senhora a rua é esta, mas esse templo aqui, não conheço.
Ela então agradeceu e ficou na rua procurando o número num mar de irregularidade, outra mazela da cidade.
Cansada de procurar num sol de quase nove horas e sem um abrigo regular, quase desistindo encontrou uma irmã, que estava também a procurar.
Na companhia veio a resistência, até encontrarem os anfitriões rodeado de outros irmãos, que os levaram ao prédio, cujo número apagado pelo tempo faria os fiéis caminharem num perigoso deserto.
Aos poucos a movimentação contradizia a normalidade daquele lugar e ao abrir as portas do templo, as pessoas foram tomando seu lugar.
Todos devidamente alocados começou a cerimônia de entrada, louvores e agradecimentos. Onde o pastor informou, que faria cura e benção de afastamento dos demônios, bem como bênçãos dos pertences e ao final o recolhimento do dízimo.
No pleito, o pastor avançou na introdução e resolveu, não se sabe o porquê começar com a bênção de afastamento dos demônio. Em sua toada, os fiéis ficaram em pé e sob louvor da palestra , ritimavam em vozes, que chegaram a dona Aurora de forma contundente, a ponto de fazê-la ir ao chão .
Semi acordada, rolando no chão incomodou e o que era bênção, virou despero. O culto foi interrompido, uma aglomeração desorganizada forjou um clarão. O pastor ficou sem reação, mas logo os que estavam junto a ela compreenderam, que era um ataque fora do normal. As pressas alguém ligou pro serviço municipal, que como sempre chegou atrasado ao local.
Dona Aurora, fora socorrida pelos fiéis, que a colocaram num carro a caminho do pronto socorro municipal, lá chegando sem vida.