Mudando a direção do caminho

Ainda faltava muito chão para chegar em casa.

Levantei cedo e tomei a estrada. Lá adiante, um tamanduá bandeira tomou a estrada e abriu os braços - parecia um padre celebrando a missa -. Ficou em pé como quem diz: aqui você não passa. Desviei dele e pequei a estrada na frente. Eu tinha arma, mas não atirei. Foi o único vivente que me fez sair da estrada.

Aproximando de nossa morada, os meninos me viram e correram pra me abraçar. Fiquei muito sentido, porque cheguei de sangue quente e me contaram enredo de Adalberto. Aí eu dei uma surra no “bichim”. Daí a pouco ele tava em meu colo. Ô arrependimento em minha vida!

Do livro

O Brasil nosso de cada dia