A IGUANA E A MENINA VANESSA

Era uma vez uma menina loirinha que tinha o sonho de ficar verde, seu encanto pela natureza a fazia pensar em mudar de cor, tentou de tudo, subia e descia a escadaria da cachoeira do Roncador na esperança de ser alcançada pelas árvores do local, mas nada acontecia, lembrava de quando o Huck se transformava em um ser mais forte, mudando assim sua cor, ficando verde, completamente verde, combinação perfeita com suas gavetas do jardim terrário.

Até que um dia, ao chegar em casa, encontrou Ana, a Iguana-Ana, por sua vez, queria se transformar numa linda garotinha loira, fez de tudo, até experimentar roupas da menina Vanessa, que ali no varal não imitava a corda e passando por cada peça de roupa, sentiu o arco-íris em sua áurea, uma vez que seus primos camaleões tinham abandonado o país. Ana longe das frutas, longe dos seus escudeiros, visualizou do alto um pote de descolorante.

Menina Vanessa, apesar de estar em sintonia com a natureza, se assustou com aquela cena e Ana acabou pegando sua bicicleta e saindo, ela não queria incomodar ninguém, mas não conseguia parar de pensar no pote de descolorante que poderia mudar o seu destinto instinto réptil e se ver como a menina loira, Vanessa. Foi então que Vanessa pensou: Será que Ana, toda verde, não seria uma nova amiga?

Se fosse ela a realizar seu desejo? Foi aí que ela pediu ajuda de amigos, vizinhos e até dos bombeiros para ajudar encontrar Ana, que se sentido sem iguanidade, ela chorava, sumida, voltou escondido e vendo toda a cena, Ana se escondia da amiga Vanessa que não a tratava de maneira igual, Ana sentia que alguma coisa incomodava a Vanessa, até quem sabe, apenas sua presença, tímida na ausência, Vanessa fez pouco caso e entrou pra dentro de casa, deixando a Ana pelo lado de fora, deixando a porta aberta, pra que ela entrasse quando chegasse.

O Doc, um velho amigo, muito ciumento da menina Vanessa, que outrora já tinha aprontado estripulias, corria nos corredores em procura da Ana, com um jeito de quem não a procurava apenas para encontrá-la e levá-la pra sua velha amiga, mas como alguém que tivesse um mistério no olhar, a Ana vendo aquilo, não teve confiança nele, ela nunca nem o viu, como uma excelente nadadora e mergulhadora, Ana preferiu pular na piscina e se aprofundar na imensidão das águas cristalinas, onde o Doc não pudesse ter acesso.

A menina Vanessa não conseguiu ficar verde e nem a Ana conseguiu ficar loira, mas ambas entenderam que a desigualdade e as vontades próprias devem ser sonhadas, respeitadas, entendendo que suas diferenças seria banidas se uma tivesse apoiada a outra, mas Ana se sentindo sozinha e perseguida, deu sua última olhada para o pote "descoloral", e foi saindo para seus costumes arborícolas, não demorou e a ovípara que ela era, logo encontrou um banquete em um ninho abandonado e encontrou sua paz mantendo a barriga bem cheia.

OSMAR ZIBA e FERNANDO FERREIRA
Enviado por OSMAR ZIBA em 31/07/2023
Reeditado em 31/07/2023
Código do texto: T7850393
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