"O COLECIONADOR" Conto de: Flávio Cavalcante

O COLECIONADOR

Conto de:

Flávio Cavalcante

Tudo aconteceu naquela noite. A polícia tentou desvendar o que havia ocorrido com a morte de Juliano. O mistério envolveu tudo e todos; pois, o rapaz apesar de pacato era muito conhecido em seu bairro.

Até que provassem o contrário, Juli como todos o chamavam, carinhosamente era um cidadão de bem e muito trabalhador e isso era o que estava mais intrigando a Polícia, que não conseguia entender aquele assassinato com tanto requinte de crueldade.

A população ficou de fato chocada com o ocorrido e exigia das autoridades algo concreto nas investigações. E assim, a Polícia entendeu que aquele mistério era uma questão de honra, entregar a população o dito caso resolvido.

A única pista que a polícia conseguiu foi através de um depoimento de um dos moradores que revelou, que o dito rapaz, era um colecionador, e a polícia enxergava a informação como banal e não via como investigar o assassinato só pelo depoimento de um morador, dizendo sobre a mania do dito cujo, mas, colecionar o que? Ninguém soube lhe responder. O Polícia cercou todo o lugar. Mas algo dizia as autoridades que o fato dele ser colecionador e ninguém saber o que ele colecionava, poderia estar ali, a chave de todo o mistério. Resolveram então, procurar alguns vestígios de sua coleção. Cada objeto pertencente a vítima era importante para a inquirição.

Juli, sempre muito discreto, nunca deixou transparecer do que ele gostava de colecionar. Talvez, fosse o pontapé para desvendar o mistério da sua morte. Finalmente a Polícia começou a investigação por essa informação e queria saber o que de fato o Juliano colecionava. Até então, não se encontrava nenhum vestígio. Por enquanto, o único objeto encontrado para averiguação foi um binóculo na residência da vítima que morava sozinho. Certo que, também, tinham algumas gavetas trancafiadas e aquilo chamou a atenção das autoridades. Outra observação muito eficaz do delegado foi a posição do binóculo num ponto estratégico da sua residência que ao ser encontrado, estava mirando para a casa do vizinho e aquilo ficou ainda mais curioso.

Segundo o delegado, o mistério daquele caso, apesar de estranho, estava muito próximo de ser desvendado. A ida a casa do vizinho para tentar descobrir o motivo do posicionamento daquele objeto foi em vão; pois, misteriosamente não encontraram ninguém em casa, mas, os moradores relataram que se tratava de uma família conturbada e o marido morria de ciúmes da mulher? Mas para onde foi a tal família que saiu sem deixar vestígios, exatamente num momento como este? O mistério estava cada vez mais próximo de ser desvendado. Mais informações começaram a chegar. A Polícia foi informada que o nome da mulher do vizinho se chamava Vanusa. A Polícia não tinha uma autorização judicial para invadir a dita cuja residência. Então, resolveu explorar tudo que eles tinham nas mãos. Arrumaram um pé-de-cabra e quebraram as gavetas trancafiadas e eis então, a dita surpresa.

Cada gaveta trancafiada, estava cheia de calcinhas de várias cores. Ele era colecionador de calcinhas. E para fechar o mistério, Luciano separou a última calcinha numa gaveta separada também trancafiadas e para a surpresa da polícia, se tratava de uma peça de renda vermelha que tinha escrito o nome da dita vizinha. E o mais interessante; os homens do lugar, afirmaram ser a calcinha da vizinha, pois, costumava usar quando traía o marido. Agora, o vizinho está sendo procurado pelas autoridades, mas, apesar de oculto para a polícia já acreditava ser um caso solucionado. É você o que acha?

Flavio Cavalcante
Enviado por Flavio Cavalcante em 20/07/2023
Código do texto: T7841999
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