El Salvador
O café é o grão do diabo irrigado pelos vulcões de água doce de Suchitlán, Guija, Caotepeque e Ilopango e pelo solo formando pelos lagos de fogo de Cerro Verde, Santa Ana e Izalco. Um grão de café vira cobra quando cai no lago Coatepeque. Depois de virar cobra, o réptil sai do lago e morre virando terra que se transforma em vulcões e montanhas.
Em terras salvadorenhas, o fazendeiro é a cobra que não navega no Lago Coatepeque quando nasce e que pica o trabalhador com o veneno da exploração que alimenta a ganância do fazendeiro e mata os trabalhadores de fome e sede.
O café é o peixe da terra que não serve aos homens da terra. Serviu apenas para a riqueza de catorze famílias que torraram milhões de salvadorenhos como grãos de café. A cobra do cafeicultor entrou em erupção como um vulcão e chorou lagos quando a crise de1929 devastou a cafeicultura salvadorenha.
A simples trabalhadora de café conhece o cafeicultor em uma fazenda nas margens do lago Ilopango. A paixão balsâmica entre uma trabalhadora e um latifundiário é mais forte que a errupção do vulcão Santa Ana e as ondas da praia de Tunco.
Quando a trabalhadora de café conhece Farabundo Marti se apaixona. Os dois se encontravam as escondidas do fazendeiro de café nas ruas de paralelepípedo das cidades coloniais de Suchitoto, Tacuba, Ataco, Apaneca, Nahuizalco, Salcoatitán e Juayuá.
Quando o fazendeiro descobre o amor entre Farabundo Marti e a trabalhadora de café, mata o revolucionário e joga seu corpo no Golfo de Fonseca. O corpo de Farabundo Marti vira uma ilha de ideologia, luta e resistência que busca transformar El Salvador em um país socialmente justo, economicamente viável e ambientalmente sustentável pela Frente Farabundo Marti de Libertação Nacional.