Fechamento de contrato
Não é segredo que amo quando preciso viajar! Lugar diferente, pessoas diferentes, e claro, inúmeras possibilidades. Na última viagem, precisei ir pessoalmente auditar o nosso serviço prestado e fechar aquele contrato do qual Henrique tanto se orgulhava de ter conseguido, mas foi eu quem precisou lidar direto com o diretor. Como íamos assumir um novo cliente do mesmo setor, ia rolar um conflito de interesse, puta problema burocrático, para o financeiro e o jurídico. E eu acho que você talvez precise ir cuidar direto com os responsáveis, sobre essa situação, mas isso Leandro e Raquel devem decidir mais pra frente. A questão é que, após realizar todos os trâmites e ver como ficaram as instalações da empresa depois do nosso trabalho, o Sr. Rodrigo chamou eu e mais três pessoas para jantarmos, o clássico jantar de negócios, e assim fizemos.
Lá pelas 18h ele apareceu.
Pensa num homem bem alinhado, terno chique, cheiroso, parecida que ele havia saído do banho toda vez que eu o via.
Confirmamos todos a disponibilidade e fomos para o restaurante que ele havia escolhido. Um local acolhedor e discreto, que servia cortes especiais de carne bovina argentina e uruguaia. Rodrigo definitivamente era um homem fino. Os preços no menu contrastavam de maneira significativa, com aquela decoração de pensão barata. Como seria tudo na conta dele, não me importei. Só me dispus a contemplá-lo enquanto conversava sobra a carta de vinho com um dos sócios, de quem nem me lembro direito a cara. Meus olhos estavam naquele coroa.
Eu até estranhei o horário, pois estava muito cedo, até que me explicaram que, naquele lugar, os pratos eram feitos um por um, no momento em que o chef recebia o pedido, então acabava demorando um pouco.
Foi uma experiência peculiar aquele jantar. Primeiro que quando meu prato chegou, pensei comigo que teria que pedir um lanche pelo aplicativo depois. Um prato gigante com apenas um bife todo enfeitado, solitário ali no meio daquele espaço vazio. Minha pálpebra já havia começado a tremer. Pagar caro e comer pouco é o que desperta meu ódio instantaneamente. E não interessa que o dinheiro não saiu do meu bolso, me dói mesmo assim.
Conversa vai e conversa vem, conheci um pouco mais sobre o dia a dia da empresa, sobre a cidade e o hábito de consumo da população de modo geral. E enquanto seguia com minha chuva de perguntas, senti por um momento, que Rodrigo estava me encarando demais. Ele deve ter, sei lá, uns 40 a 45 anos, tinha um ar de George Clooney, mas com um corpo do Cauã Raymond, embora não tão malhado. Talvez fossem aquelas mechas grisalhas a denunciar sua idade. Porém, o jantar estava ótimo, a carne de boi argentino é um absurdo de diferenciada. Devo dizer que me surpreendi, pois meu olho grande achou que eu não fosse ficar satisfeita, mas fiquei.
Após o jantar, ele deixou cada um em sua casa, que eram próximas do restaurante onde estávamos, mas o hotel no qual eu estava hospedada era perto da empresa. Ele voltou pra me deixar lá. Quando chegamos, me perguntou se eu bebia algo e se toparia beber um drink em sua companhia. Até pra um convite o cara era um Sir. Tipo aqueles lordes que vemos em filmes.
Por um instante pensei: “Ainda é terça-feira!”. Depois temi: “E se for um teste?”, “Bom, minha empresa não tem mais relações com eles…”, “E se isso impedir novos clientes?”… As paranoias começaram a borbulhar e nada melhor que álcool para cessar.
— Claro! Tem algum bar aberto hoje?
— A cobertura deste hotel é minha. Tudo bem pra você?
Foi ali que percebi que o homem era rico mesmo. Eu, que sou uma bela de uma safada, joguei o cabelo para o lado, dei de ombros e só disse “Ok, vamos!”
Ao entrar no elevador, ficamos cada um em uma parede jogando conversa fora sobre vinhos, drinks, cervejas artesanais, que era o segundo negócio dele. Embora o papo fosse ameno, a troca de olhares e o sorriso de canto de boca, a leve passada de língua, de maneira bem discreta, no lábio inferior, era um convite para o banquete que eu sabia que logo seria servido. Foi então que o elevador fez “plim”, após subir os 46 andares, e as portas se abriram. O hall era decorado com jarros de flores frescas que, além do aroma maravilhoso, traziam uma elegância singular ao local.
O piso de mármore em tom neutro, uma iluminação sutil, assim como as obras de arte penduradas pela extensão do corredor. A porta do seu apartamento era de madeira maciça e dupla, entalhada com arabescos e pintada de azul-turquesa. Ao passar pela porta, a gigantesca sala tinha um acesso à sacada. Era tanta informação, que eu mais me sentia uma criança entrando em uma loja de brinquedos pela primeira vez. Não sabia pra onde olhar, o que focar e, é claro, me segurando para não ver as coisas com a mão. Eu não perco essa mania maldita.
Então ele abriu passagem para eu entrar primeiro, pousei minha bolsa na cadeira e me escorei na bancada, que era bem próxima à porta de acesso ao apartamento. Bancada essa que dividia a sala da cozinha, mas que causava a impressão de ser um bar, no meio daqueles muitos metros quadrados.
Ele deixou suas coisas na mesa, apoiou o blazer na cadeira e, dobrando as mangas da camisa, dirigiu-se ao frigobar que ficava muito bem organizado abaixo de uma cristaleira. Disse que eu poderia ficar à vontade, então aproveitei para explorar o ambiente e fui até a sacada, já na porta eu travei. “Que homem louco!”, foi o que pensei quando vi sua sacada. Era no estilo Sampa Sky, isso mesmo, toda de vidro. Levei alguns minutos processando aquele lugar… Era inegável que o chão e o parapeito de vidro, com todo aquele perigo iminente, me fazia perder o ar e sentir arrepios por toda minha espinha. Eu queria contemplar a vista e pensei: “Acho que se eu morrer aqui, terá sido melhor do que uma morte merda por bala perdida no Rio…”
Da sacada, era possível observar o breu contraditório, que pairava sobre todo o espaço. Já que havia poucas lâmpadas acesas tanto das ruas, como das casas, então cabiam às estrelas iluminar toda aquela extensão, permitindo que os amantes da noite, desfrutarem do prazer de contemplá-la.
O blindex da sacada rangeu, anunciando a chegada de Rodrigo. Meu coração disparou como se eu tivesse sido abordada por dois caras numa moto, mas era apenas ele trazendo as taças do Cabernet em suas mãos, e também anunciava que todas as suas amarras de estresse já haviam sido desatadas. Deixando exalar toda aquela expressão risonha, combinando com a pupila dilatada, quase simétrico, naquele rosto centrado e malicioso.
Eu usava um longo vestido monocromático preto, que a primeira vista era bem simples, básico. Mas modéstia a parte, em meu corpo, ele ganhava um poder e sutileza, pois marcava meu quadril, dando um caimento sexy e elegante, assim como aquela noite. Brindamos e após um bom gole, pousamos as taças sobre a mesinha, mesmo sem finalizar aquele maravilhoso vinho. Ele adentrou a sala para ligar sua vitrola que, quando vi, achei bastante vintage, porém, depois que descobri que era digital, quase perdi parte do encanto, até que a música começou a tocar e a batida ritmada a embalou. É provável que o vinho tenha contribuído, mas tudo seguia de maneira segura, tipo um galão de gasolina ao lado de uma fogueira.
Rodrigo retornou, com um caminhar confiante, queixo um pouco erguido, me olhando de cima pra baixo com um micro sorriso. Havia cadência em sua passada e, conforme se aproximava, o som de seus passos, mesmo que suaves, eram como uma melodia sedutora, e eu estava estarrecida e hipnotizada. Não vou mentir que uma parte de mim queria acabar com aquele showzinho maravilhoso dele. Quase falei: “Ei gato, a dominadora aqui sou eu!”. Mas quem disse que eu conseguia me desviar ou dizer qualquer coisa que fosse? Ele havia definido até como iríamos nos comunicar e me irritava o fato de eu gostar de estar naquele lugar excitante de submissão. Que ódio, saudades!
Depois que ele se aproximou perto o suficiente, levou sua mão à minha cintura, enquanto me encarava com um olhar faminto. Foi um olhar firme, intenso, sem necessidade alguma de trocarmos palavras. Afinal de contas, já havíamos conversado um monte no jantar. Eu ia perder tempo, fazendo sala, puxando e rendendo assunto diante de todo aquele clima delicioso, que era meu corpo em febre? Desde que passei pelos umbrais daquela porta já havia decidido que ia acabar com ele. Tudo bem que fiz a fina e fui só observando as jogadas dele. O filho da puta é um gentleman e sabe disso.
Que homem, puta que pariu, que homem!
Depois disso, a taça nos observou.
Quando me dei conta, eu havia sido levada pelo seu perfume. Um aroma sedutor, uma mistura harmoniosa de notas amadeiradas e picantes, que sussurrava segredos antigos e promessas de prazer proibido. A fragrância me envolveu com tanta facilidade, que senti minha pele arrepiar e o que experienciei naquele momento, era de uma promiscuidade profunda, me concedendo devaneios luxuriosos.
No auge da noite, sob o brilho tímido do satélite natural e o espetáculo das estrelas, eu me encontrava em um momento de entrega total. Diante de mim, estava aquele homem, cujo rosto refletiam a mesma intensidade que os astros celestes acima de nós. Em um instante fugaz, nossos lábios se encontraram, num toque tão ardente e profundo que parecia transcender o tempo e o espaço. Era como se o universo inteiro se curvasse diante do tesão que ardia entre nós.
Cada toque, cada movimento, era uma sinfonia de sensações que invadia os sentidos, me levando a um estado de êxtase completo. Suas mãos, firmes e habilidosas, exploravam cada centímetro da minha pele, deixando um rastro de calor e desejo em seu caminho. A porra daquele beijo desafiava todas as convenções, uma fusão de desejo e entrega que nos consumia por completo.
Com The Weeknd ao fundo, voltamos para a sala para nos saborear ainda mais. Ele tinha o controle de tudo e sei que só me deixei levar, feito uma puta obediente, enquanto me guiava até o sofá no meio daquele enorme espaço, de costas para a cozinha. Sua mão segurava minha nuca e seu beijo tinha uma força e um desejo que me excitava por tê-lo ardendo por mim. Mas também posso culpar o vinho, pois ele me transforma numa atriz profissional de filme com classificação etária elevada. O que não muda muita coisa quando estou sóbria, ainda mais quando ele me puxava com a outra mão em minha cintura pra mais perto dele.
Ele sabia o controle que tinha de tudo o que estava fazendo, pois dava pra sentir o quanto ele estava excitado e tão duro, que parecia que sua calça iria rasgar. E sendo tudo isso fruto de sutis provocações ao longo de uma noite deliciosa, me fazia querer observar tudo o que viria a seguir… Ele me tocando, me beijando, me sentindo, da mesma forma que eu o sentia.
Seu beijo foi descendo pelo meu pescoço e senti quando moveu um pouco, a alça pelo meu ombro. Ele havia apenas afrouxado sua gravata, eu a retirei e fui desabotoando sua camisa sem pressa. Já dava pra senti seu abdômen rígido, não era definido cheio de gominhos, mas não era também um único gomo. O cheiro dele estava me deixando louca, e a forma como ele me pegava e beijava, passando os dedos pelos meus cabelos, segurando firme mostrava quem estava com o controle e me encarando, sabia o quanto isso me excitava.
Por fim, ele se afastou, sentando e se escorando no encosto do móvel. Quando avancei em sua direção, ele me ordenou que continuasse ali parada e de pé. Ele estava largado no sofá como se fosse o The Godfather, com todo aquele charme e poder, só que bem mais bonito pro meu gosto. Aquela sua voz grossa e seca, me ordenou que tirasse o vestido, mas sem pressa alguma. Eu sentia em seu olhar, que ele queria me observar, contemplar cada gesto, da suavidade com a qual se baixa a alça à intensidade que eu retribuía seu olhar. Mesmo pensando em tudo de maneira racional, o que estava claro pra mim, era que ele queria a cadelinha oculta, que de alguma forma, sabia que habitava em mim, e pra piorar a situação, ela só obedeceu!
Quando me percebi de pé, continuei sendo observada por ele, me dei conta de que o ambiente estava a meia luz.
— Eu tô aqui… Quero que você olhe pra mim!
Com um único gesto, meu vestido estava no chão e meu lindo conjunto vermelho cobrindo o restante de minha beleza. Adorei me ver de pé encarando aquele homem me fudendo com os olhos, me deixando atônita por me perceber submissa, molhada e paralisada esperando sua próxima ordem. Ele estava com a camisa desabotoada, mas ainda vestida. Acendeu um charuto que estava na gaveta de uma mesa ao lado, pegou sua gravata que eu havia lançado sobre o sofá quando a despi e fez dela uma venda. Ordenou que eu me ajoelhasse e colocou a “venda” em meus olhos. Com as mãos apoiadas em seu joelho, ouvi atendendo em prontidão quando ele ordenou com aquela voz firme e grave.
— Agora, fique parada aí.
Assim que obedeci, percebi que ele havia se levantado e segui seus passos à medida que paravam e se afastavam. Ouvi gavetas se abrindo, um recipiente que parecia metal, aço ou alumínio, não sei. Só sei que quando ouvi o som marcado de seus passos, de um alguém que mora na calma de suas intenções, sabia que vinha em minha direção.
Eu ainda o aguardava sob suas ordens, ainda ajoelhada sobre seu tapete.
Antes que ele voltasse a se sentar no sofá a minha frente, agachou atrás de mim, segurou meus cabelos com força, mas de uma maneira gostosa, e pude ouvir sua respiração em meu pescoço, até que se anunciou.
— Espero que esteja pronta.
Eu fiquei tensa.
O que ele ia fazer?
Puta que pariu, um misto de medo e vontade me tomou.
Ele roçou a barba em meu pescoço, o que fez toda minha espinha gelar e nuca arrepiar, ergui meu pescoço na esperança de ganhar um beijo, mas ele me deixou na vontade. Ele agora estava diante de mim, sentado, mas de alguma forma eu o sentia perto. Não conseguia vê-lo, mas o calor de sua respiração me encontrava a face, assim como seu cheiro invadia minhas narinas, me fazendo suspirar e sorrir.
De repente senti ele pegando minhas mãos e levando-as pra ele. Eu estava de joelhos, mas sentada em meus calcanhares, mas quando ele me puxou, meu quadril se ergueu e fiquei um pouco curvada a ele. Foi então que pude senti-lo enlaçando com uma corda macia em volta de meus punhos.
— Se você não quiser, agora é a hora de falar.
Aquele filho da puta ia me comer amarrada e vendida.
Caralho, parando pra pensar, foi muito irresponsável da minha parte aceitar, sabe-se lá o que ele poderia fazer. Mas como quase ninguém pensa quando se está com tesão, não me culpo porque foi uma delícia! Deu pra sentir que não foi nada muito elaborada a amarração que ele havia feito em meus punhos. Pelas poucas voltas que havia dado, parecia ser apenas um nó estilo algemas. Não deu pra saber se ele era um mestre no shibari, ou aquilo era tudo o que ele sabia. Assim que terminou, pôs-se de pé e com o dedo indicador sustentando
meu queixo, me ergueu sem dizer uma só palavra.
Mesmo vendada, me vi de pé. Consegui sentir cada centímetro da minha pele arrepiar enquanto ele passava seus dedos em meus ombros e seguiu descendo pela minha espinha, e seguia me alisando com a ponta dos dedos. Por vezes interrompendo o toque, mas deixando os dedos bem próximos da pele. Não ver tudo aquilo acontecendo, ouvindo seus passos me rodeando, me fazia sentir prazer por me encontrar vulnerável. Um misto de medo e tesão, que fazia meu corpo contrair e relaxar, ainda mais porque eu sabia e sentia, que ele me contemplava com uma dedicação atenta e minuciosa.
Eu não tenho como provar, só sabia que sua atenção estava devotada a minha bunda empinada, decorada com uma calcinha de renda vermelha, que ao que tudo indica, fora inspirada por alguma deusa de tão perfeita que me vestia.
Talvez tudo tenha se esclarecido no último caminhar na ponta de seus dedos, descendo pelas minhas costas, quando antes de chegar na cintura, sua mão se afastou e pude sentir um tapa forte, rompendo a sutileza de outrora. Deu pra perceber que ele havia soltado o ar em forma de sorriso, ao me ver contrair e gemer após o forte estalo. Quando parou de me rodear como um predador diante de sua presa, denunciou sua posição quando me segurou pelo pescoço e me beijou o rosto.
Esperei sua boca encontrar a minha, mas ele beijou minha bochecha, meu queixo, roçou seus lábios nos meus me dando esperanças, mas sem os beijar. Respirava fundo encostado em meu rosto, soltando seu ar quente que me arrepiava, aumentando meu desejo para que ele me invadisse.
Sua mão desatou meu sutiã com uma facilidade que, até eu, senti inveja. E foi então que demos alguns passos mudando a direção, e segurando minhas mãos algemadas com aquela corda, ele me levou até o sofá, e quando minha canela encostou na mobília macia, minhas mãos foram direcionadas para o encosto do acolchoado assento. E então, ouvi seu comando.
— Suba e fique de joelhos.
Foi então que percebi que ele estava na minha frente, nas costas do sofá, e então a corda em minhas mãos agora pareciam mais tensas e um pouco apertadas, porém nada desconfortável. Não demorou até que a tentasse me ajustar e só assim, perceber que a corda estava amarrada. O fio seguia para baixo, então suspeito que ele tenha me amarrado ao pé do pesado móvel.
A música não estava alta, mas sua passada era de uma harmonia excitante, com uma cadência gostosa e provocante, caminhando para trás de mim. Eu estava empinada e entregue ao que quer que ele pretendesse fazer. Estava tudo um breu diante dos meus olhos, mas diante do que meu corpo sentia, posso jurar que havia cores. Em tons vermelhos ou alaranjados, não sei. Talvez fosse coisa da minha cabeça, ou delírios de tesão.
Meu corpo estava empinado a espera dele, e foi então que o senti encostando em mim. Sua mão pesada voltava acariciar minhas costas, com um pouco mais de intensidade e força. Com seu quadril encostado em mim, pude senti-lo pulsar por dentro daquela calça. Todo aquele jogo o animava e me excitava ainda mais. Sua mão direita apertou um pouco minha nuca, antes de se envolver em meus cabelos e me puxar pra ele, mas eu estava presa. Não iria a lugar algum.
De repente ouço o barulho de um recipiente. Metal, alumínio, ferro, sei lá. O que ele tirou dali, passou em minhas costas. Um cubo de gelo seguiu derretendo em minha pele que fervia. Não sou fã de coisa gelada, mas aquilo ali foi delicioso. A forma como meu corpo explorava todo um potencial de tesão com aquele homem, me rendem excelentes memórias sexuais.
Meu corpo se empinava como uma gata se espreguiçando, e foi então que comecei a sentir seus beijos e mordidas, pelas minhas costas e suas mãos soltas, apertavam meus peitos.
— Afaste os joelhos.
Que voz grossa gostosa de se ouvir, sério.
Por cima da minha calcinha, ele começou a me tocar, devagar, mas com a mão aberta, pois sentia seu dedão passando entre minha bunda. E enquanto ele me acariciava e sentia o quão molhada eu estava, ouvi a fivela de seu cinto se abrindo. Ele estava se despindo com uma mão só e me tocando, sem interromper meu tesão. Por estar vendada, tudo era audível, o que potencializava minhas sensações e meu desejo pingava. Ouvi quando o zíper se abriu.
Sua mão hábil, colocou minha calcinha de lado e me permitiu senti-lo passeando entre meus lábios, umedecendo-se indo e voltando, às vezes de maneira mais ousada, passando entre minha bunda e depois voltando a quase entrar em minha buceta. Enquanto guiava seu pau em toda a região entre minhas pernas, sua mão livre continuava a delícia da tortura, passando de maneira bem leve e superficial, os dedos pelas minhas costas, me fazendo desejar a intensidade, a força bruta, mas eu estava a mercê dele.
Era um surto de: Me fode por favor e continue a me castigar!
E foi então que ele entrou. Bem devagar no início.
Pude ouvi-lo gemer, ao entrar.
Queria que eu o sentisse centímetro por centímetro, me adentrando, molhado, quente e firme, me acariciando e me apertando, fazendo com que todo meu corpo apreciasse seu toque. Toda aquela dedicação me fez lembrar da técnica milenar do pompoarismo, e devo dizer que foi contraí-lo em mim e ouvir seu gemido me xingando de filha da puta gostosa.
Ele tirou a gravata dos meus olhos, cessando todos os segredos e planos que havia preparado pra mim. Agora eu o provocava olhando pra trás admirando-o enquanto me fodia, pois eu estava prestes a gozar e queria que ele gozasse junto comigo.
Eu disse estar quase lá, ele interrompeu, o que me fez pensar que ele queria me torturar mais um pouco. Ele apenas ajustou seu angulo e com um puxão, desatou as algemas me libertando e em seguida, ele me deitou no sofá, com minha cabeça apoiada nas almofadas que estavam no canto.
O sorriso que ele mantinha enquanto me olhava, me fazia derreter. Quando subiu e veio por cima de mim, afastou meus joelhos sem desviar os olhos dos meus e assim seguiu descendo, exigindo que eu mantivesse o contato visual com ele, até que começou a me chupar. Sério, como ele é habilidoso com aquela língua! Toda a dança que ele fazia com aquela língua, ficou ainda mais interessante quando introduziu dois dedos enquanto me chupava. Olhar em seus olhos, me saboreando e me tendo nas mãos… aquilo me fez gozar de um jeito que minha musculatura ficou trêmula e fraca.
Eu queria mais.
Eu precisava de mais.
Foi então que me levantei e o beijei. Com todo vigor, desejo e intensidade.
O empurrei para que se deitasse na outra ponta do sofá e o montei. Após me encaixar, suas mãos subiram até meus peitos e mais uma vez, eu sentia todo meu corpo vibrar em tesão. Que gargantilha linda e maravilhosa, era a mão dele me pressionando. Aumentei os movimentos com meu quadril, admirando seus olhos revirando por me sentir por dentro, dominando aquele cavalo selvagem que, outrora, me mantinha em suas rédeas. Seu anúncio veio por meio de um gemido que soou, como uma linda música aos meus ouvidos.
— Eu vou gozar…
Assim como eu havia adorado vê-lo entre minhas pernas, gozando enquanto era chupada, queria lhe fornecer a mesma visão e o prazer de saborear um ao outro.
Levamos um tempo apreciando todo aquele caos que acabara de acontecer. Ele se ergueu com uma respiração pesada, como quem brada um comunicado importante, parou diante de mim, ainda largada naquele sofá, que sem sombra de dúvidas é mais confortável que minha cama. Avisou que ia buscar água e naquele momento percebi o quanto estava desidratada. Boca seca e lábios molhados. Ele caminhou sem pressa até a cozinha e eu não duvido que ele sabia. Aquele pavão adorava desfilar nu, e sabia que os olhos repousavam sobre ele enquanto caminhava, pelo simples fato de ser bastante seguro do tanto que ele é um gostoso.
Nós estávamos ofegantes ainda e sorríamos sempre que nos encarávamos. Nossa comunicação era apenas no olhar em alguns momentos, e seus olhos diziam de maneira muito explícita que queria mais, que me queria mais. Após bebermos, ele levou os copos até a pia e depois voltou até mim. Com um sorriso safado, sentou-se na mesinha de centro da sua linda e exuberante sala, apoiou os antebraços nos joelhos, ainda com a respiração pesada, e aos poucos foi relaxando enquanto me observava completamente nua diante dele.
Aquele olhar de contemplação e tesão, me permitia me sentir ainda mais gostosa do que eu já me achava. Só faltava um papel e um carvão na mão dele e o cosplay de Jack e Rose já estaria pronto.
— Pronta? — Ele me perguntou como se eu não tivesse outra opção. Toda aquela disposição fazia com que meus olhos brilhassem como quem vê poça d'água no deserto.
Cada comando, cada provocação, cada gesto daquele homem, sobre meu corpo e minha alma, despertava uma tensão que eu ainda não havia experimentado. Pelo menos, não com tanta atenção e disponibilidade.
Ele me pegou no colo com uma facilidade, mas depois parei pra pensar um pouco, aquele filho da puta tinha força, e meu corpo já havia sentido uma boa fração dela. Assim, saímos da sala atravessando um corredor largo e mal iluminado, mas que deu pra perceber que havia um baita de um espelho na parede direita e abaixo, uma estante com gavetas e portas, sem dar pista alguma do que havia guardado ali dentro. Logo na primeira porta das três que consegui ver no corredor, com total destreza, ele girou a maçaneta.
O quarto, que mais um santuário de tranquilidade e elegância, me trouxe uma atmosfera gostosa, uma energia boa, uma coisa quase romântica. Pensei de verdade em sair correndo e ir embora! Mas continuei avida a contemplar aquele lugar… No centro, sob uma luminosidade suave, uma cama majestosa se erguia, envolta em lençóis de algodão macio e almofadas que pareciam acolher e aquecer com todo o charme de seu tecido. Elas estavam tão arrumada, que dava até pena de deitar e desfazer aquela arrumação. A cabeceira, adornada com um estofamento sutil, parecia contar histórias de noites tranquilas e sonhos suaves. Fiquei imaginando aquele como seria aquele quarto durante o dia.
Conseguia visualizar com calma e facilidade ao lado da janela, a luz do sol iluminando aquele ambiente. Aquela luz natural que aquece e transmite paz, que renova as energias pra um novo dia, que irradia por todo o ambiente quase que purificando a energia do local.
Ele tinha uma escrivaninha elegante, que era iluminada por uma lâmpada suave, onde imagino que já tenha assinado muitos cheques, projetos e contratos. Aquele móvel já havia testemunhado momentos de reflexão e inspiração, enquanto a cadeira convidava a se perder em pensamentos ou a traçar palavras sobre o papel, mas comigo naquele local…
A atividade estava prestes a ser outra!
Quando me desceu de seu colo, e eu senti os tapetes macios que adornavam o chão, nem ficando em pé na minha cama, a sensação suave era a mesma. Ao lado do leito, poltronas aconchegantes criavam pequenos oásis para leitura noturna ou conversas íntimas. A iluminação ambiente era ajustada com o controle remoto que estava na mesinha de cabeceira, ajustável para diferentes humores, lançava sombras suaves nas paredes, criando uma atmosfera de conto de fadas, embora eu fosse a Bruxa.
E, por trás das portas imponentes que ficavam no lado esquerdo da cama, o closet se revelava como uma passagem secreta ou um reino de possibilidades. Suas roupas estavam penduradas de maneira estratégica, organizadas por cores e texturas, aguardavam o seu momento especial para se transformar em armaduras de confiança ou trajes de reuniões e eventos caros.
Espelhos de corpo inteiro refletiam não apenas a imagem física, mas também a promessa de dias cheios de descobertas. Porém, havia mais, portas duplas que pareciam só mais um espaço para guardar mais peças de roupa, na verdade, revelava um banheiro largo e espaçoso. A banheira, que se revelava uma promessa de indulgência, ficava em uma alcova decorada com azulejos brancos e elegantes. O jato quente, a espuma, a luz embaixo d’água trazendo a experiência de cromoterapia, tudo ali esperava oferecer uma imersão relaxante.
Ao lado da banheira, uma parede de vidro oferecia uma vista deslumbrante da cidade iluminada lá fora. As poucas luzes cintilantes criavam um cenário encantador e proporcionaram um pano de fundo único para a atmosfera safada dentro da suíte. Segundo ele, não era possível ver do lado de dentro, o que mantinha a privacidade… Mas pensando bem, era uma cobertura de no quadragésimo sexto andar. Quem seria um louco pra alugar um helicóptero pra ver alguém tomar banho ou fuder no banheiro? Acho melhor parar de pensar nisso, certeza que eu descobriria pessoas com este perfil.
E pensar que aquele quarto lindo e chique, havia sido palco para uma noite intensa, selvagem e louca, dando um baita trabalho pra organizar tudo no devido lugar depois.