Onde você estava na hora da chuva?

Estava em um campo verde com alguém que nunca consegui identificar a face. De repente holofotes com imensos hologramas japoneses começaram a cruzar o céu. Personagens saídos diretamente de animes ou mangás me observavam atentos do alto do céu. A sensação que senti, talvez admiração e surpresa, misturados ao medo. Deitei-me na grama verde para admirar o céu e identificar as figuras refletidas nos hologramas, até que uma chuva começou a cair do céu, mas era uma chuva diferente e pressentindo o perigo, virei-me de costas para aquela estranha chuva e instantes depois comecei a sentir objetos macios caindo sobre mim. Assim que me virei para verificar o que me atingia pude constatar de que se tratava de uma chuva de pequenos brinquedos de pelúcia. A grama verde fora tomada por esses delicados bichinhos. Algum tempo depois, e um pouco adiante de mim um disco voador pousou no campo e um casal de seres espaciais desceu da nave se dirigindo até onde eu me encontrava. Os habitantes da nave tinham a forma humana e eram bonitos, houve um diálogo entre nós, mas dessa conversa só me recordo do momento em que me convidaram a partir com eles. Olhei para a minha companhia sem rosto, como que procurando em sua ausente face um aceno positivo me autorizando a ir embora, mas não houve respostas. A decisão ia depender de mim...

E então eu caminhei em direção à nave espacial disposta a partir mas instantes depois a insegurança me conteve.

Hoje eu me pergunto: e se eu tivesse partido?

Dias depois Inácio, meu amado felino, partiu! Seria ele a presença sem rosto? Embora o vulto ao meu lado tivesse forma humana? Ficaram as perguntas!

Inácio, onde você estava na hora daquela chuva do dia 22 de março? Saiba que te procurei e até hoje continuo a te procurar...