MÃO A PALMATÓRIA

 

Suzy passou mais de vinte anos sem saber a verdade sobre seu marido, viviam uma vida tranqüila, três filhos, ambos com seus empregos estáveis e nada que pudesse tirar a harmonia do casal. Mauro trabalhava como vendedor e costumava viajar para outras cidades onde pernoitava e as vezes ficava dois, três dias fora de casa, a esposa já se acostumara com essa situação.

 

Quando por algum motivo ela cismava com o marido ele simplesmente lhe mostrava a mão e dizia: dou minha mão a palmatória se você encontrar alguma coisa que desabone a minha conduta. Isso a deixou tranqüila e firme na fidelidade de Mauro. Só que muitas vezes dizia que ia viajar, mas não viajava, ia para a casa de Paula, sua amante. Suzy nunca ficou sabendo de nada e a vida deles seguiu aparentemente feliz.

 

Certo dia Sérgio, o filho mais velho do casal, de 16 anos, avisou a mãe que no sábado tinha uma festinha de aniversário de um colega seu de escola. O evento começaria com um churrasco marcado para as dez da manhã e se prolongaria pela tarde e noite. A princípio Suzy não queria ir, mas por insistência do filho, já que o pai estaria viajando, resolveu ir.

 

Chegou o sábado, Mauro beijou a esposa logo cedo informando que viajaria e só voltaria na segunda-feira. Perto das dez da manhã mãe e filho, junto com os outros dois irmãos, se dirigiram para a festa, que ficava em um bairro próximo. Em lá chegando se acomodaram em um local aberto e iniciaram uma conversa com a dona da casa, mãe do aniversariante de nome Célia. Ela e Suzy papearam um pouco enquanto o marido dela não chegava, pois tinha ido a um depósito comprar bebidas. Minutos depois Célia falou: pronto, Mauro chegou. Quando ela pronunciou esse nome Suzy teve um sobressalto. Quando o carro adentrou a garagem Suzy reconheceu logo e também o motorista. Era seu marido. Sem fôlego e surpresa, porém se controlando, ela pediu a Celia que trouxesse ele para "conhecê-lo", ficando escondida atrás de uma palmeira. Quando ele se aproximou e viu Suzy perdeu o controle emocional e teve uma crise de choro. Célia até então não estava entendendo nada, só depois quando Suziu, bastante nervosa, pediu ao marido que estendesse a mão para a palmatória, foi que ela compreendeu o que estava acontecendo.

 

Moacir Rodrigues
Enviado por Moacir Rodrigues em 04/07/2023
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