68 – CONTO DAS LÁGRIMAS ESCONDIDAS
Andava em urgências, necessitando encontrar onde guardava as lágrimas das tristezas que não derramava, posto que lágrima não tem corpo que morre nem asa que voe.
Lágrimas não choradas dilaceram
Com um cesto firmemente preso entre as mãos buscava encontrar essas lágrimas para levá-las longe de si, mesmo que algumas vazassem pelo caminho. Ansiava entregar ao vento e pedir que soprasse ao sol e implorasse que transformasse em seca.
Sua desconfiança era de tê-las guardado no dedão do pé. Vinha dando topadas muito doloridas nas curvas da vida.