O Menino Que Mudou (parte um)

" Eu escrevo este livro com o intuito de ajudar pessoas e sociedade a entender os problemas dos menores de ruas e também para dar esperança aquelas pessoas que não acreditam em mudanças de vidas. Que este conto sirva de exemplo para que muitos meninos ou meninas que se encontram na mesma situação que eu me encontrei possa melhorar a concepção sobre a vida e o mundo. Espero que este livro tenha sucesso e percorra todo o mundo levando alento, conforto e paz mesmo em um mundo cheio de guerras e contradições. Por um mundo melhor para todos nós. Que possamos evoluir como seres humanos e sermos o melhor que pudermos e evitar conflitos, na medida do possível para que possamos alcançar a vida eterna que Deus universo e a ciência nos promete. Tudo é possível. Basta querermos melhorar."

Florisvaldo Ferreira dos Santos

"Estava eu um menino perambulando pelas ruas de Recife, minha cidade natal. Eu não tinha para onde ir. Estava faminto, sem ter onde morar. Eu tinha apenas quatorze anos de idade.

Muitos adolescentes ou até mesmo crianças se encontram nas mesmas condições que eu me encontrei. Problemas familiares, confusões, tudo isso nos leva a essa situação. Deixamos de ir a escola por abusos de outros, difamações que sofremos na vida, assedios violentos, mentiras, esses são mais exemplos que podemos citar. Até que também enlouquecemos e erramos para prazer de muitos. Assim nos tornamos cada vez mais prisioneiros, das ruas, do mundo, da vida e de nós mesmos.

Não somos capazes de viver perfeitamente se ficamos sem dormir, e sob pressão todo o tempo. Assim eu também perdi um pouco a noção do que eu fazia e passei a roubar para me alimentar, vestir, ter dinheiro para ir as discotecas como os outros meninos, namorar. E me drogar, para ter coragem de enfrentar a vida nas ruas.

Foi dessa forma que eu me tornei um pequeno infrator, cheira cola. Ainda bem que eu era calmo então não costumava violentar, a não ser que alguém me agredisse antes ou mexesse comigo. Dessa forma eu constitui algumas amizades pois os erros eram aleatórios, errei apenas algumas vezes e fui preso poucas vezes, em algumas eu tinha culpa em outras era injustiçado. Porém a repercussão sempre era maior que os próprios fatos. Enquanto eu não entendia todas as tramóias que os ignorantes armavam contra minha vida aumentando e mentindo sobre os fatos.

Continua

...