O PEQUENO CARLOS
O pequeno Carlos tem enjoado dos livros ultimamente, tem ficado indiferente. O pequeno Carlos derrubou corpos ontem à noite por dinheiro, se inspirando em seu primo. Carlos nasceu em um bairro difícil, cercado pela a pobreza, pelo conflito. Carlos tem se tornado aquilo que vê, tem ficado próximo aos negócios. Carlos está perdido, os problemas de sua família o afetaram severamente. O pequeno Carlos é poético, é inteligente, mas aprendeu à ser agressivo.
Carlos não sabe quem ele é, isso o incomoda. Carlos viu sua mãe ser agredida pelo seu pai, viu seu pai ser morto por overdose. A vida e seus aspectos. Seu primo costumava dizer que a verdade reside das chamas, a rua e a cidade tem suas leis próprias. Carlos percebia que não havia heróis. Carlos não sabia amar, pois a vida o ensinou apenas a dor. Carlos conheceu só a dor, somente a dor. Carlos tem ficado grande nos negócios, logo não é mais chamado de pequeno Carlos.
Carlos crescera, e está envelhecendo. Carlos largou sua antiga vida e agora faz arte. Carlos subira até o mais alto da montanha e viu o mundo sob outra perspectiva. Carlos tem ganhado grana e tem feito história. Carlos perdera seu primo, pelo o câncer. Carlos perdera seus amigos pelos os tiros e as circunstâncias do destino cruel das ruas. Carlos tem sido assombrado pelos seus demônios. Carlos matara seus demônios pela a caneta. Carlos está envelhecendo, tem percebendo que vida é perspectiva, Carlos está velho. Tem ensinado jovens à não cometer os mesmos erros que cometeu, tem trazido luz, cultura, e sabedoria para os jovens perdidos em ilusões. “A verdade reside das chamas, vendo seu espírito morrendo aos poucos, sendo iludido por todas essas mentiras, eu sei”. Ele dizia. Carlos tem vencido de seus demônios, seus traumas, das circunstâncias através da caneta. Carlos aprendeu a amar, agora ele tem sua família. Ponderando em como poderá cuidar de suas crianças, chegando na conclusão que terá aprender a cuidar de si mesmo. Carlos observa suas crianças brincando no jardim, o melhor de si mesmo. Carlos se tornou um simbolo, um exemplo pra sua geração. Ele fez coisas horríveis, Carlos não é um santo. Carlos é uma estrela, mostrando em sua arte, de maneira inteligente, suas vitórias. Carlos inspirou outros artistas. Mas agora Carlos está velho, está no hospital. É seu ultimo suspiro, Carlos está morrendo. Uma lágrima desce pelo o olho de Carlos, sua vida passando diante de seus olhos. É tarde demais, Carlos agora está em outro plano, morto na cama de um hospital. Sua esposa do lado, seus filhos do lado. A imagem do pequeno Carlos eternizado em sua pós-morte. Na época em que Carlos era indiferente e estava enjoado dos livros. Época em que Carlos derrubava corpos. E mesmo depois de uma vida inteira, Carlos ainda não sabia quem era, e se sentia, lá no fundo, pequeno.