Memórias de uma cômoda... BVIW
Na volta de uma consulta, ao caminhar em direção ao estacionamento, Eliza para em frente a uma loja de móveis usados. Entre algumas peças de madeira antiga, uma delas, uma cômoda com sete gavetas lhe chamou a atenção; a delicadeza dos puxadores de porcelana contrastando com os tons de cerejeira a encantam. Ao aproximar-se do elegante móvel, um vendedor lhe pergunta?
- Boa tarde, posso ajudá-la?
Ela responde:
_ Obrigada, ainda estou admirando os detalhes.
E assim curiosa, resolve abrir a primeira gaveta e encontra três cartas de baralho, iguais e do mesmo naipe (Dama de
Copas), parcialmente, rasgadas... Quem as teria deixado ali? E por que estão incompletas?
Eliza envolta em seus pensamentos imagina o mistério por trás das cartas, qual será o significado da figura feminina, recortada? A cômoda com certeza sabe a resposta, pois está repleta de memórias e ainda guarda o calor das mãos, que agora, estão distantes, invisíveis, mas com um inesquecível e enigmático aroma de saudade, assim como a despedida do outono neste fim de tarde...