PULANDO DA CAMA

- O casamento de Eder

 

 

Eder acordou assustado, olhou o relógio de pulso e percebeu que dormira demais, na noite anterior ingerira bastante cerveja, morava sozinho e estava se despedindo com amigos da vida de solteiro. Passava das quatro da tarde, o seu casamento com Isabele era justamente nesse dia, a hora já estava adiantada, o paletó estava pronto no cabide, a igreja com certeza já devia estar arrumada para o evento às 18 horas. Por que então ninguém o acordou? Ficou imaginando tudo isso numa fração de segundos até que deu um pulo da cama e tratou de se apressar, afinal era o dia mais importante da sua vida, enfim desposaria Isabele, a mulher dos seus sonhos, aquela com quem casaria e o tiraria daquela solidão de solteiro e sem parentes por perto, estava ali naquela cidade grande por imposição pessoal, havia se desgarrado de um pai violento que maltratava a sua mãe, que de tanto sofrimento acabou adoecendo e falecendo, o que o obrigou a deixar o lar por não suportar o próprio pai. Agora entrará com uma pessoa estranha na igreja que o guiará até o altar onde se encontrará com a noiva.

 

Seu sonho era esse casamento, todo esforço foi feito desde que saiu de casa ainda jovem e conseguiu se instalar na cidade grande deixando aquele pequeno imóvel no interior, nem irmãos tinha. Trabalhou com afinco, estudou, viveu uma vida decente e dedicada ao seu futuro, era somente ele e Deus. Os anos se passaram, conheceu Isabele com quem namorou, noivou e se preparou para a sua nova vida com um casamento firme.

 

Eder havia pulado da cama e instintivamente tratou de tomar um bom banho, faltava pouco tempo para o início da cerimônia religiosa, não poderia faltar, seria lamentável. Porém algo o chamou a atenção, as luzes estavam acesas e lá fora estava ainda tudo escuro. Consultou novamente o relógio, realmente passava das quatro, mas era quatro da madrugada, ele se atrapalhara, estava inquieto com a ansiedade do casamento e a bebida da noite anterior contribuiu para isso. Voltou para a cama para mais algumas horas de repouso.

 

 

Leia também UM MICROCONTO SEM FINAL, publicado em 17/06/2023

Moacir Rodrigues
Enviado por Moacir Rodrigues em 18/06/2023
Reeditado em 18/06/2023
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