Gabriela Rodrigues - Trix
Em uma cidadezinha do interior de Londres, morava uma jovem moça de cabelos ruivos e de um sorriso encantador. Todos dessa cidade a chamavam de Trix, muitos gostavam dela e queria a ter por perto, mas muitos acreditavam que não passava de uma grande bruxa.
Trix não ia muito para a cidade, pois ela recebia muitos olhares cruéis e era maltratada sempre que passava pelas lindas ruas do lugar. Assim, ela vivia de sua plantação, dos frutos que a natureza lhe oferecia. A jovem tinha apenas uma amiga, Maya, que era vista como louca por sua proximidade com Trix.
Trix estava justamente cuidando de sua horta quando foi surpreendida por um casal, que implorava por ajuda, pois seus filhos estavam extremamente doentes. No mesmo instante, a jovem pegou suas coisas e os acompanhou a casa deles, que ficava na cidade.
Ao chegar lá, Trix preparou um banho com algumas ervas que havia levado para crianças; depois, fez um chá bem quente para eles, enquanto os pais acompanhavam o processo receosos.
Ocupada nessas atribuições. Trix não ouviu a aproximação de passos do lado de fora; ouviu apenas o som abrupto da porta se abrindo, seguido dos gritos efusivos:
- Bruxa! Morte à bruxa! Vai para a fogueira!
Mesmo assustada, Trix reconheceu a voz do comandante da cidade, o mesmo que já havia tentado prendê-la por diversas vezes sob as mais absurdas acusações. Com medo do cumprimento das ameaças, a garota derrubou o copo que segurava no chão e saiu correndo e pulou janela da casa, mas isso não funcionou: ela foi cercada imediatamente por toda a população, que gritava repetidamente:
- Morte à bruxa! Morte à bruxa!
Naquele momento, Trix entendeu que não iria conseguir escapar, então ela respirou fundo e, direcionando seu olhar ao céu, começou a cantar, um canto que ninguém mais entendia, apenas ela.
Nesse momento, começou uma forte tempestade, fazendo muitos que estavam ali saírem correndo, buscando proteção. Trix também correu, mas em direção à floresta, cantando sempre. Ninguém conhecia aquela mata melhor que ela; de qualquer forma, as vozes a orientavam.