COLETÂNEA DE MICROCONTOS (Se você não está aqui na próxima pode estar)

 

DEVANEIO NA PRAIA

 

Aquele mar da praia Formosa estava ficando melancólico, mas a sua expectadora não podia reclamar desse detalhe já que ela também apresentava sinais de tristeza. Erivas ali estava, sentada na areia, quase cinco horas da tarde e sentindo o vento frio lhe acariciar o rosto. Fugira de João Pessoa em busca de um ambiente agradável e ali em Cabedelo encontrou o que queria: paz. Não era final de semana, era apenas uma quinta-feira e nessa tarde resolvera mudar sua rotina. Bebeu um pouco da água de uma garrafinha que conduzia e continuou olhando o infinito, estava quase delirando quando uma suave voz lhe alertou: moça, hora de voltar prá casa. Virou-se mas não viu ninguém, deduziu que fôra seu subconsciente tirando-a do devaneio. Erivas levantou-se e caminhou lentamente pela areia macia, precisava retornar mesmo.

 

 

VISITA A TERRA NATAL

 

Silvanio se viu sentado em um banco de praça, estava confuso e sem saber porque fôra parar ali. Olhou atentamente o local e começou a imaginar que algo lhe era familiar. Não conseguia deduzir se era manhã ou tarde, não havia sol e nem tão pouco movimento de pessoas naquele local. Lembrou que era um profundo admirador da natureza, principalmente do céu e das estrelas além da lua em todas as suas fases. O cosmos com certeza é tudo para esse sonhador com uma sociedade mais justa e fraterna. Com toda certeza iria rabiscar em um papel esse momento que tornou-se agradável para depois transformá-lo em poesia. Sentiu um certo torpor e viu diante de seus olhos a Igreja São Benedito e a ponte Francisco Sá sobre o rio Mearim. Estaria sonhando? Queria levantar-se do banco mas parecia colado a ele e no entanto "viajando" por locais que teve certeza que conhecia muito bem. Estava em Pedreiras, sua terra natal lá no Maranhão.

 

 

ENCONTRO DE AMIGAS

 

Lucimar passeava tranqüilamente pelas ruas de Goiânia, estava no centro da capital. Andava em busca de inspirações que não estava conseguindo captar e depois de caminhar um pouco acabou parando no Parque da Vaca Brava, diante do extenso lado iniciou uma meditação. Estava tão absorta em seus pensamentos que não percebeu a presença de uma pessoa que sentou ao seu lado e essa pessoa a conhecia. Era Verdana que estava de férias na cidade e lhe fez uma surpresa. Foi casual o encontro, mas foi providencial. Ao vê-la Lucimar não se conteve e a abraçou com entusiasmo. Depois de um bom papo e um lanche ali por perto elas se dirigiram para o hotel onde a cearense estava hospedada prometendo esta conhecer a sua residência, o que foi feito a noite onde Verdana jantou e em seguida foi para o hotel, já que no dia seguinte viajaria para Fortaleza.

 

 

O ESBARRÃO

 

Sandra saiu do Mercado Público de Floripa ainda indignada com um pequeno esbarrão dado por uma pessoa que não conseguiu identificar quem era. Só ouviu aquele "desculpe, Laurita!" e em seguida o vulto desapareceu rapidamente no meio do povo. Ainda chegou a procurar e nada. Dali seguiu para a Praça XV onde precisou de um pequeno relax, sentou-se por all e ficou a pensar em quem teria esbarrado nela. Depois de alguns minutos levantou-se e seguiu para casa, quando passava por um grupo de pessoas, outro esbarrão. Dessa vez a pessoa que vestia uma capa e usava um chapéu aguardou Sandra de costas. Já chateada foi ao encontro dessa criatura que aparentava ser mal educada. Quando chegou bem pertinho e pegou-a pelo braço veio a surpresa: era Luiza, recém chegada de Barra Velha, que estava ali a passeio e resolveu brincar com a amiga. Luiza, ou simplesmente Lumah, abraçou Sandra que a desculpou pelo esbarrão.

 

Moacir Rodrigues
Enviado por Moacir Rodrigues em 16/05/2023
Reeditado em 16/05/2023
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