COLETÂNEA DE MICROCONTOS (Veja se você está aqui)

 

 

SAUDADE DO BRASIL

 

Ela andava tranqüilamente pelas ruas de Frankfurt, estava a caminho da academia de linguagem, formava intérpretes e isso lhe agradava muito. Vinte e cinco anos morando na Alemanha não é brincadeira não e sem ao menos fazer uma visitinha periódica a sua pátria. Bateu de repente uma saudade da terrinha, o Brasil, perdeu a noção do tempo e do que estava a fazer. Esqueceu até o próprio nome, quem era a criatura que repentinamente pensou em voltar ao Brasil? Ninguém sabe seu nome, nem ela, mas vamos chamá-la de Nachtigall e que esse "mal estar" que sentiu repentinamente possa se dissolver e levá-la a fazer uma viagem ao Brasil, apesar de não estar nada bem por aqui politicamente falando.

 

 

OLHANDO O CRISTO REDENTOR

 

Juli olhava distraidamente a imagem do Cristo Redentor quando de repente alguém toca o seu ombro. Já acostumada com a situação do Rio de Janeiro onde a violência impera sem dó nem piedade, imaginou tratar-se de um assalto. Mas não era, graças a Deus. Suspirando de alívio abriu um sorriso para Jô, um amante sonhador que vive mergulhado no mundo da poesia e estava ali em busca de inspiração. Também achou de admirar a imagem do Cristo em cima do Morro do Corcovado. E vendo a amiga tratou de abordá-la para baterem um bom papo enquanto a mente se encarregava de trabalhar sozinha sem o seu esforço. Depois de um bom papo e um cafezinho numa cafeteria da redondeza ambos se despediram e cada um tomou seu rumo.

 

 

A PONTE BALANÇANDO

 

Zédio sentiu a ponte balançar quando saiu de Petrolina rumo a Juazeiro, foi uma experiência impressionante. Ficou admirado quando percebeu que ele estava sozinho ali, nem um pé de pessoa para lhe ajudar. Olhou o relógio de pulso, passava das três da madrugada. Nenhum automóvel por all circulando. Muito estranho, achou ele, por que "havera" de estar aqui nessa hora quando poderia estar dormindo? Foi quando viu um vulto que se aproximava, também a pé, vindo do outro lado da ponte. Quem vem lá? - perguntou Zédio. O outro respondeu: Edimilson, eu vim de Juazeiro a caminho de Petrolina. De onde você é? - perguntou novamente. Eu sou de Bezerros, eu estava dormindo e de repente me vi aqui. Eu também - disse Zédio. E o que danado tá acontecendo? - falou Edimilson. A ponte balançando e os dois se abraçando e de repente... "puf", os dois acordaram, um em Petrolina e o outro em Bezerros.

 

 

INSPIRAÇÃO EM ALTO MAR

 

Edgard olhava o mar azul, nunca tinha visto aquele mar tão azul como agora via. Trabalhando naquela plataforma de petróleo sempre encontrava um tempinho para uma reflexão, o que ajudava muito a ter inspiração para escrever o que gosta: poesias. Naquele final de tarde notou que além da tonalidade acentuada do mar, o que era anormal, o céu também apresentava uma tonalidade fora do comum, estava bastante avermelhado, uma coisa impreasionte. Imaginou nesse momento escrever um romance detalhando esse visual. Procurou o celular para fotografar aquele instante maravilhoso, uma boa foto seria "da hora" para mostrar aos amigos em terra quando estivesse de folga. No entanto não encontrou o aparelho. Onde estaria? Mexeu nos bolsos e nada. Ao seu lado, porém, viu uma caneta e um bloquinho. Iniciou ali uma anotação, mas aos poucos o sono foi lhe vencendo e acordou com um companheiro lhe batendo no ombro.

 

Moacir Rodrigues
Enviado por Moacir Rodrigues em 16/05/2023
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