O Sonho.
O Sonho.
Andando madrugada à fora, o vento veio conversar...
- Dinho. Como vai?
Olhei-o, com o olhar de quem na noite anterior tinha amado entre tantas fantasias.
- Estou bem! O que faz por estas paragens?
- Eolo pediu-me que refrescasse seu corpo, soprasse no seu ouvido dizeres para eternizar o ontem, já que, hoje, perdido em pensamentos, pode encontrar no amanhã, desilusão, e, por sua vez, sentado na varanda, apenas lembranças venham existir...
Abri os braços como quem procura no abraço moldar sentimentos adolescente...
Segui o caminho.
Após minutos de caminhada, um pingo recai sobre meu rosto, então, ouço...
- Dinho.
Era a chuva descendo com a elegância de uma lince.
- Diga!..
- Zeus mandou-me aqui!
- Hum! Hum! Para e por quê?
- Foi dito para que eu molhasse seu caminho, afim de lavar qualquer coisa que o impedisse de seguir.
- Por Zeus! O que poderia impedir?
- Ah! meu caro! Há tantas sujeiras no universo, tantas poeira a serem assentadas, e, lavar só a alma, ainda não é suficiente...
Então, como de costume, fechei os olhos, arqueei o corpo para trás, recebendo a água benta do universo...
Continuei...
Vento. Chuva. Estavam unidos num só momento, a música de Air Supply (I Can't Walt Forever.) tocava, podia ouvi-la, podia até dançar sob a chuva, envolvendo meus braços no seu corpo, beijando seus lábios, e,...
Meu ônibus chegou... Pqp!
Texto: O Sonho.
Autor: Osvaldo Rocha Jr.
Data: 29/04/2023 às 05:46