Não era sonho
Eu estava feliz. Havia terminado de restaurar um Rafael que estava exposto no Louvre e recebia excelentes elogios, havia voltado apresentar nas noites em bares de jazz e o melhor que minha amada estava de volta.
Naquela noite no Carver, tocamos uma sessions de Miles Davis e Chet Baker. Seguimos o plano quando o pianista invocou "Come rain or come shine" de Bill Evans. Então, com o desafio lançado, improvisamos. Formamos um belo trio. Jay o pianista, Javier o baterista e eu com o trompete.
Nossa session prolongou- se. O público adorou. Bill Evans eu entrei com o trompete, uma canção de Coltrane. O baterista não ficou pra trás fez sua versão de uma canção do Adderley.
O público aplaudiu com força e assobios. Agradecemos a primeira sessions e me juntei a Atena na mesa. Tomei uma dose de uísque e acendi um cigarro. O Carver era um dos poucos clubes que permitia fumar dentro.
Olhei para Atena. Ela pegou um guardanapo e secou o suor do meu rosto. Depois me beijou e ficamos nos olhando. Me perguntava se estava sonhando.
Javier tocou o meu ombro. Vem, Argov vamos voltar para o palco.
Definitivamente não era um sonho...
Wesley Rezende