Flores nuas
Era um pomar, localizado no coração da cidade de Cratuvist, que se destacava por sua beleza e exuberância. As árvores frutíferas ali cultivadas eram famosas em toda a região, e a cada primavera, suas flores encantavam os olhares dos transeuntes.
Mas havia algo de especial naquele pomar, algo que só os mais atentos percebiam. Quando o vento soprava, ele parecia falar, murmurando palavras que ecoavam entre as folhas e frutos.
Os moradores da região acreditavam que havia uma espécie de magia naquele lugar, e não era difícil entender porquê. As cores vibrantes das flores pareciam ganhar vida própria, e o perfume que exalavam era tão intenso que quase se podia sentir no ar.
Um dia, um jovem caminhante, de passagem pela região, se aproximou do pomar. Ele notou algo estranho em uma das árvores, um trevo azulado, que brilhava com uma luz própria. Curioso, ele se aproximou, e sentiu que algo mudava em sua percepção do mundo.
De repente, o jovem notou que as cores e os símbolos ao seu redor se misturavam em uma espécie de dança mágica. Ele se sentiu transportado para um mundo além da compreensão humana, um lugar onde o tempo não tinha significado.
Foi então que uma borboleta pousou em uma das flores, e ele sentiu um toque suave em sua mão. Era como se a borboleta tentasse lhe mostrar algo, algo que ele ainda não conseguia entender.
O jovem olhou para o horizonte, e percebeu que o mundo parecia costurado, como se houvesse uma teia invisível que ligava tudo. Ele entendeu que a borboleta era como um mentor, mostrando-lhe os segredos do universo.
Foi então que uma chuva de grãos de essência caiu sobre ele. Ele se sentiu inundado por uma sensação de paz e plenitude, como se toda a vida que existia em volta dele fosse parte de si mesmo.
Mas então, a chuva passou, e o jovem se viu em um mundo diferente. O chão abaixo dele estava coberto de cinzas, como se alguma coisa tivesse queimado ali. Ele não sabia o que fazer, e se sentiu perdido.
Foi então que uma flor, tão linda quanto triste, se aproximou dele. Ela estava sendo amada pela brisa, e desejada pelas rochas que a cercavam. O jovem sentiu que ela era como uma fênix renascida das cinzas, uma prova de que a vida sempre continua.
E assim, o jovem caminhou pelo pomar, colhendo um buquê de flores nuas, sem espinhos ou orvalho. Ele sentiu que a magia daquele lugar era o amor que nunca morre, e que mesmo diante das adversidades, a vida sempre encontra uma forma de se renovar
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