O verde da vida - BVIW
Recordar emoções era como ter a oportunidade de vivê-las uma segunda ou terceira vez. Maria Júlia vivia delas fazia um tempo... De tanto que se alimentava das lembranças velhas, nem sentia as novas.
O pai viera lhe visitar e emocionado em vê-la ficara arrasado com toda estranheza que nela sentira. - -Filha! Sou eu. Seu pai.
E com tristeza chorara. Sequer a palavra pai parecia algo significar para ela.
- Não lembra de mim, filha?! E de seus irmãos, suas irmãs?!
- Não lembro mais.
Os olhos verdes da filha venceriam milhões de esmeraldas na balança dos judeus da rua 47 de New York City. Mas aquele par de olhos lindos pareciam que não enxergavam mais. Tinham se perdido, tinham se desencontrado das cores da vida.
Marília L Paixão