ORTEGA Y GASSET/VIRGINIA WOOLF (BVIW)

 

 

O pedido foi: ABRA O LIVRO e eu abri. Para minha satisfação tratava-se de “Antropologia Filosófica” de Ortega y Gasset , onde a genialidade feminina , pela visão do citado filósofo são ressaltadas as incontáveis diferenças entre o homem e a mulher.

Sem querer estabelecer uma contraposição aos argumentos de Ortega, desejo apenas justapor o pensamento de uma mulher intelectual, que tem o seu lugar entre os imortais da Literatura Universal. Trata-se de Virgínia Woolf, que segundo a sua biografia , foi uma mulher solitária, que pretendia viver como uma intelectual, lutando através de seus escritos, pela libertação da mulher. E a figura feminina como protagonista é uma constante na obra da escritora, onde a teoria do romance convencional é abandonada para dar lugar ao estudo da existência do espírito.

Virgínia, - que é um pouco de cada personagem sua – não acredita na possibilidade da integração. Existe uma solidão eterna, mesmo para os seres que se amam e que vivem juntos. Cada um de um lado, homem e mulher perseguem isoladamente seus sonhos.

Assim, no romance Mrs. Dalloway (1925), na concepção de Virgínia, o universo feminino encontra-se repartido em dois: de um lado estão as mulheres ativas e livres, que conseguem se afirmar sozinhas e demonstram sua autoridade no relacionamento familiar, social e político; e de outro estão as submissas, introvertidas e insatisfeitas.

Outro tema polêmico está retratado em “Orlando” (1928) onde Virgínia criou um ser fantástico, com os dois sexos. Segundo a escritora, enquanto as vestimentas conservam uma aparência masculina ou feminina, por baixo delas o sexo profundo desmente o superficial.

Finalmente, Virgínia Woolf no seu esforço para encontrar um significado para a vida, precisou alterar todas as convenções estabelecidas para chegar à conclusão de que o ser perfeito não existe. Não é mais que personagem fictícia que só pode viver e movimentar-se nas páginas impressas do romance. E nunca na realidade.

 

                                                                         

 

 

 

Zélia Maria Freire
Enviado por Zélia Maria Freire em 21/03/2023
Reeditado em 21/03/2023
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