O ESTRANHO

- Bom dia, senhor! Tudo bem? - cumprimentei uma pessoa por quem passei durante uma caminhada pelo parque.

- Ué, você fala com estranhos?

- Por que não? - respondi para um amigo que caminhava junto comigo. Fiz ele entender que não só entre amigos ou familiares se conversa, se cumprimenta. Somos filhos do mesmo Pai, portanto devemos dar atenção a todos independente de conhecer ou não.

Passaram-se alguns dias, estava eu indo para casa, depois de ter ido a uma farmácia comprar um medicamento, quando me deparei com esse amigo com quem eu caminhava outro dia no parque sentado numa calçada com algumas pessoas ao redor, o que me deixou surpreso. Aproximei-me para me inteirar do que estava acontecendo e fiquei sabendo que ele havia passado mal e as pessoas estavam tentando ajudá-lo. Chegou então uma pessoa de branco, um médico, que havia descido do seu carro para ver o que podia fazer. Atendeu meu amigo e deixou-o tranqüilo, foi apenas um mal estar. O médico recomendou cuidados, sorriu para mim e para meu amigo, e quando ia embora foi interpelado pelo meu amigo:

- Espere aí, acho que o conheço de algum lugar.

- Do parque quando você estava caminhando e seu amigo aqui (apontando para mim) me cumprimentou, eu nem os conhecia. Mas tudo bem, fiquem com Deus.

Na próxima caminhada, eu e meu amigo, passamos novamente por aquela pessoa a quem cumprimentei mesmo sem conhecer. Era aquele médico que deu atenção ao meu amigo. Ele o cumprimentou primeiro que eu, éramos agora conhecidos.