Morrer?
Ele havia chegado em casa acabado. Naty havia terminado com ele logo depois de sua apresentação de jazz. Foi uma noite mágica.
Naty esbofeteou seu rosto e disse para nunca mais a procurar.
Ele descontou no uísque. Depois fumou seu último cigarro. Ela não o amava mais.
O pequeno apartamento era sufocante. Ele notou que não era o apartamento. Sufocante era a dor no peito e a dor de cabeça. Deixou o o estojo com o trompete sobre a mesa. Tomou um banho frio e jogou os remédios na boca. Bebeu água. O coração acelerava. A dor. Ele ia morrer.
Morrer. Amanhã era segunda. Era o remédio certo? A dor diminuiu. Seus olhos fecharam. Ouvia as batidas do coração e enxergava a escuridão.
Dormiu. Será que morreu?
Wesley Rezende