A Descoberta.

A Descoberta.

Todos já me conhece!

Vim aqui contar mais uma das minhas aventuras no meio arqueológico, fugindo em parte de toda crença mítica dos povos e sua lendas fictícias, mas, com achados reais.

(Assim eu achava.)

Pois bem...

Era uma manha de domingo, sentado sobre meu escrínio, repassando velhos escritos, velhos pergaminhos.

O telefone toca.

- Alô?

- Osvaldo?

- Sim! Quem fala?

- Preciso falar contigo!

- Ok, diga o lugar, hora e dia...

- Hoje, 19:30, aguardo você...

Prontamente ele desligou, achei um pouco rude da parte dele, mais, vai lá, pode ser do meio. Enfim, fui ao tal encontro, lá estava ele sentado e a vontade, bebendo um tipo de bebida desconhecida ao meu meio, então, cheguei devagar e disse:

- Boa noite. Sou Osvaldo...

- Ah! Meu caro você veio!

- Sim! Do que se trata.

"No momento seguinte quis dizer:

Não, fiquei em casa... Mas,"

- Direto! Gosto disso. Bom, vamos ao que interessa então...

Então, ele começou a falar de uma escavação feita há anos atrás em busca de um certo aterfacto datado do ano 1 D.C., cuja a relevância tinha a ver com o amor em Deus.

Fiquei curioso.

Eu, um ser altamente descrente dos caminhos divinos, vi nesse momento, a chance de desmistificar tais eventos constituído pela Santa Sé*.

Continuei a ouvi-lo, que, eufórico, descrevia com detalhes o lugar, os riscos, e, para aquele senhor o ápice da alma humana...

- Ouvi tudo. A minha pergunta é: Onde me encaixo nisso tudo?

- Não vê! Dentre os colegas, você foi citado inúmeras vezes, sendo assim, aqui estamos...

- Deixa eu entender. Você esta pedindo minha ajuda nesta empreitada

- Não. Empreitada não. A sua melhor aventura com descobertas além do físico.

- Olha não acredito nesta baboseira de Deus, porém, neste caso, como posso lhe ser útil...

- Como? Com seus talentos. Meu caro, apenas tome isso como uma escavação dentre as muitas que já fez... O ganho é divino!

- Ok, ok, quando começamos?

O dia aprontava-se para mostrar-se, estávamos sobrevoando o ponto específico do qual me falara, alguns minutos depois pousamos na pista, um Jipe Renegade nos esperava para levar-nos ao começo da jornada. No caminho, o motorista cogitou sobre nosso tempo, sobre a empreitada, dizendo que:

"O que Deus semeou para o mundo, estava notório em suas palavras..."

E, continuou tentando nos convencer a abordar toda e qualquer tentativa de infligir tal conhecimento de natureza sobrenatural.

Eu ria, fazia gozação, e, desfazia em alguns momentos, o senhor, por sua vez ouvia tudo sem esboçar nenhum comentário, apenas ouvia...

- Chegamos. Disse o motorista.

Descarregamos os pertences, montamos as barracas, separamos as ferramentas, que, usaríamos a priori, após, tudo ajeitado, começamos a escavar, foram longos meses, entre consenso e loucura, mas, enfim alcançamos a entrada do que parecia uma caverna, gruta ou sabe lá o quê...

Os olhos daquele senhor, brilhavam tanto, que, se os colocasse a noite, seriam faróis trazendo luz ao breu, mais, como adentrar, se havia uma pedra forjando uma porta, e, uma devida inscrição:

" Aqueles que desconhece a própria vida, jamais, será capaz de indentificar o quão valoroso é amar..."

Li, e, por um momento, achei que falava sobre mim, sobre minha incapacidade de amar a outrem, mas, me recobrei, e, forçando a pedra sem êxito disse ao companheiro:

- Amanhã tentaremos de novo...

Fomos cada um para sua barraca, porém, a inscrição não saia da minha mente, sem conseguir dormir, voltei a entrada afim de descobrir sua fraqueza e assim invadir, quando ouvi uma voz serena:

- Posso te ajudar?

- Quê. Que... Quem é você? De onde você veio?

Era uma mulher linda como nunca tinha visto, sua voz acalmava até o mais intrépido ser, seu olhar mostrava verdades nunca contada, e, fiquei ofuscado perante sua imagem...

- Eu, moro aqui! Sou J...

- Desculpe não quis ser rude.

- Não foi. Tem direito a saber com quem fala...

- Não vi traços de morada a quilômetros...

- Como poderia? Estamos no meio de um lugar arbóreo, que, vai além da nossa visão...

- Então. Ok, ok. Deixa pra lá.

Naquela noite, conversas foram surgindo a tal ponto, que, um sentimento foi sendo construído como uma brisa até tornar-se tempestade, pela manhã ela havia partido.

Fiquei pensativo sobre aquela noite, sobre aquela figura feminina, ou, se iria vê-la outra vez, o pensamento era tanto, que, não escutei o senhor se aproximar...

- Bom dia.

- Bom dia.

- Vejo que não dormiu, contudo, sua feição é de um adolescente cujo amor se fez presente.

Mas, não haveria de ser, certo?.. Não crê nisso né mesmo?

- Não sei mais no que crer!

- Como... Seja lá o tenha acontecido, com o tempo você se habitua a não mais desacreditar naquilo, que, em crença é faz tão real quanto o ar que respiramos. Não sei bem o que aconteceu, só posso afirmar, ela é verdadeiramente a inspiração do próprio...

- Ela... Você à conhece?

- Sim, assim como você, eu também a criei...

- Espere um pouco... Que porra é essa? Criou-nos?

- Osvaldo. Venho acompanhando suas aventuras ao longo do tempo, desde aquela investida sobre o telhado de sua mãe em que você caiu observando sua vizinha tomar banho, você devia ter o quê, doze anos, e, por um triz não ficou aleijado, pois, dei um empurrão discreto.

Essas a aventuras que abraçou, os amores que teve, tristezas, alegrias, em tudo participei, contudo, sua mente sempre esteve fechada para esse tipo de consciência.

Então, pus Jamile em seu caminho, ela teve o mesmos dissabores, mesmas alegrias, ou, quase por assim dizer.

Suas mensagens, compunha uma melodia celestial, que, nos envolve a ponto de estarmos aqui, e, agora, frente ao nada, tão cheio de respostas de perguntas já respondida ao longo do tempo, frente a essa pedra, que, nada mais é, que sua própria barreira criada para não aceitar o óbvio...

- O que é tão óbvio assim?

- Que existo. Em todo átomo desta natureza chamada vida, nos quartos cantos deste planeta, sob formas ou nomes diferentes, no tempo desde seu nascimento até sua partida, muito além das facetas dos seres humanos, que, como você acredita sem crer. Sei que ainda esta resoluto, mais, tudo começa de algum lugar, de algum ponto, e, neste ponto em específico, o seu já começou...

Dito isso, ele saiu em direção ao sol, passou por entre árvores em forma de portal, e, sumiu.

Eu não sabia no que crer, se no que vi/passei a poucos instantes, se nas palavras ou na tamanha loucura daquela manhã.

Porém, um nome vagava em minha mente...

Jamile... Esse era o nome.

Tentando decifrar tal enigma, usando de todo conhecimento, cheguei a seguinte revelação...

Jamile, era uma forma de Aldravias,

J esus.

A mor.

M momento.

I ndescritível.

L ição

E terna...

Sim...

Voltei à minha casa, ainda pensando no evento, e, suas descobertas.

Pensei:

Deus estava sempre comigo em toda minha vida, dando-me força quando pensei estar fraco, guiando-me quando sentia-me perdido, mostrando-me ganhos, quanto chorei as perdas, por fim, por pensar ter tudo, estava vazio, por pensar que estava cheio, vivi uma vida de nada...

E, Deus olhou para mim, mais uma vez, explorou como exímio arqueólogo minha alma, escavou com tamanha destreza meu interior, e, descobriu em meu olhar, o maior tesouro em mim oculto...

(O de ter sido temente as suas palavras, quando temia vive-las...)

* A Santa Sé, para aqueles poucos conhecedores, "designa o Papado, o Primado Romano e a sua pessoa."

Texto: A Descoberta...

Autor: Osvaldo Rocha Jr.

Data: 22/02/2023 às 18:45

Osvaldo Rocha Jr
Enviado por Osvaldo Rocha Jr em 22/02/2023
Código do texto: T7725518
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