Despertar da Leitura – “A Ilha Perdida”
Do alto do morro, depois das casas, lugar isolado. Passa-se por uma portinhola. Lá de cima do morro você vê além do Paraíba. Todas as casinhas, prédios, vegetação, água, ilhas... a cidade. Lá de cima uma pequena menina e seu pai, falam sobre a vida. Vida que a pequenina, pouco conhece. Mas, esse pouco nutri o repertório de perguntas guardados na cabecinha da menina que quer sempre saber mais.
_ E aquelas ilhas quem mora lá?
_Um ermitão que é amigo dos animais e que faz a própria comida, caça... faz de um tudo.
_O nome dele é Ermitão?
_Não, esse é o nome de quem vive isolado.
_E como você sabe? Você já foi lá?
_Eu li num livro chamado a “Ilha Perdida”, dois garotos o encontraram.
_Ele não tem medo do escuro? Não sente saudade da mãe dele?
_Do jeito que ele é safo faz uma fogueira. Resolve o problema do escuro. Da mãe deve ter saudades. Eu mesmo tenho saudade da minha mãe.
_Queria ter conhecido a minha avó! (Os olhos da garotinha enchessem de água e ela abraça o pai.)
_Ele não deve ter mais ninguém... Nós podemos ir visitar o tal ermitão?
_Se ele quisesse visita não moraria em uma ilha, não é mesmo?
_Dessa vez você tem razão, pai.
Os dois voltaram para casa na moto do pai. Uma moto velha e capenga que fazia um barulho estrondoso. E a garota adorava ouvir aquele som, entretanto tinha vergonha de todos olharem na rua.
O tempo foi passando e a garota contava na escola sobre o ermitão. Os olhos dela brilhavam de pensar que alguém podia viver tão bem sozinho. Um misto de admiração e incompreensão. Porque, a própria tinha medo de ficar sozinha.
Certo dia, a menina encontrou em sua cama um livro. Bem, era a “Ilha Perdida”, livro que seu pai tinha lhe falado.
_Oh, meu Deus! É o livro? O livro!
O pai teve um trabalho do caramba para encontrar o livro. Sabia que era uma história fictícia. Contudo, queria que a menina lesse aquele livro. Seria o primeiro livro mais longo da vida dela. O pai pensou será que ela vai ler... ou vai enjoar como dos outros.
Nada disso, dia após dia, a menina lia o livro. Até terminá-lo! Ao terminar tratou de fazer todos os seus amigos lerem e contou para o pai o que achou.
_Pai, não preciso visitar mais o ermitão. Você já me apresentou a ele. Obrigada!
O pai sorriu por saber que tinha acabado de formar uma leitora.