O nosso quintal.

Como é bom contar o nosso quintal.

Como eu amava a nossa rua, que era o prolongamento de nossa casa, do nosso quintal.

Havia um corredor que percorria, da porta da frente a porta dos fundos, até o quintal.

Como eu gostava do nosso quintal

Eu amava o nosso quintal

Tinha de tudo o que um menino da minha idade gostava.

Ele era bem grande.

Na época quase todas as casas  tinham quintais

Tinha diversas qualidades de frutas.

Minha mãe criava galinhas e patos.

Aos Domingos minha mãe fazia uma galinha caípira para o almoço, com macarrão caseiro e feijão, era festa.

Era muito especial.

Já que nos outros dias da semana comia-se peixe.

Nem se pensava em frango congelado.

Fui criado em baixo de fruteiras, frutas fresquinhas tiradas do pé.

Manga, goiaba, abacate, cupuaçu,  limão, lima, graviola, banana, jambo, pupunha, laranja...até uma figueira tinha.

A manga era a fruta que eu mais gostava

Dividia com os periquitos e curicas que chegavam em bando para comer.

Outros pássaros também aproveitavam

para se alimentar das frutas.

Principalmente as pipiras das bananas.

Ficava zunindo o ouvido a noite no silêncio, do cantarolar deles.

Faziam festas nas fruteiras

A gente balava para espantar

Mas não tinha jeito

Eles voavam e voltavam, ludibriavam a gente

Eram muitos meninos cada um com sua baladeira.

Era uma das nossas diversões os nossos quintais

No quintal do vizinho havia uma mangueira centenária, onde fizemos um campo de futebol

A gente batia pelada em baixo da mangueira, chega a poeira voava.

No nosso quintal,  havia dois tendais para secar cacau, que a gente abria de manhã e fechava a tarde

Todas as casas tinha um galinheiro e sanitário no quintal.

Quando chovia fazia lama

Havia um pé jasmim muito perfumado que dava pra janela.

Tinha uma cozinha aberta com fogão de barro e machado.

Lembro muito de minha mãe partindo lenha.

Um jirau para lavar louças.

Os patos e as galinhas aproveitavam para ciscar e gargarejar.

Outra cozinha, essa fechada, onde ficava os potes, uma mesa e as loucas.

Do corredor para a cozinha, a gente avistava o quintal.

Logo de manhã ao acordar cedo, a nossa missão, dar comida aos bichos e juntar as frutas maduras caídas.

Tivemos dois cachorros, muito camaradas, o Dog e o Pretinho.

Sinto muita saudade do nosso quintal.

Era um local onde a gente brincava e se divertir.

Já contei as minhas filhas.

Hoje, conto aos meus netos, como era o nosso quintal.

Eu tive uma infância rica e feliz de muita alegria, hoje, eu sinto saudade do meu tempo de curumim.

Manaus, 03/09/2022

José Gomes Paes