COLINHO DE MAMÃE 

 

 

Alice era uma mulher bonita e muito prendada. E labutava demais. Trabalhava numa loja no centro da pequena cidade de Ubá e chegando em casa, ainda precisava cuidar da casa, preparar a comida e cuidar de três filhos. E como irmã mais velha, também arrumava tempo para ouvir as reclamações dos irmãos com seus problemas que não tinham fim. Muitas vezes o cansaço era tanto, que era só sentar um pouco e já ficava cochilando. O tempo foi passando e ela começou a ficar triste e sentir dores de cabeça muito forte.

- Não aguento mais de tanta dor de cabeça, dizia ela com os olhos lacrimejantes. E para piorar ficou sabendo que o filho era homossexual e sabia que isso num país cheio de preconceito como o Brasil seria uma provação.

- Como vamos fazer com o futuro do Marcos, ele mal conseguiu concluir seu curso, sofre tanto por onde passa com chacotas e piadas. Está difícil encontrar um trabalho. E o filho vivia triste e desabafava com a mãe, dizendo que não tinha culpa de ser assim. E os problemas foram se agravando, e Alice agora estava precisando era de dias autocuidado, pelo estresse emocional em que se encontrava.

Alice era mesmo uma mulher forte e guerreira, mas o sofrimento estava tirando o seu viço, ela só pensava que precisava ajudar as pessoas, somente o amor que guardava na alma bondosa dava-lhe forças para acolher seus entes queridos e seguir em frente. Alice estava era precisando mesmo de um colinho de mãe.

Cada família possui desafios para enfrentar e lutar pela superação. Isso faz parte do propósito pelo qual nascemos. Assim a vida vai caminhando com sua dinâmica na ampulheta do tempo que um dia tudo se consome e tem fim. O importante é cada um seguir bem sua missão de vida e dar conta do recado.

 24/01/2023

 

Norma Aparecida Silveira Moraes
Enviado por Norma Aparecida Silveira Moraes em 25/01/2023
Reeditado em 25/01/2023
Código do texto: T7704017
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