A CASA
Vi a casa. Ela era uma construção estranha num lugar arborizado e com pouca vizinhança. Ao entrar na casa me deparei com a anfitriã,uma mulher baixa, sorridente e simpática, esta me conduziu, amavelmente, pelos cômodos da moradia.
A casa era grande e antiga, trazia em si, um aspecto envelhecido pelo tempo, colunas e pilastras de madeira com algumas descascadas e denotando a falta de conservação. Desci junto com a anfitriã por uma escadaria e tinha ao lado uma janela ampla com uma cortina em tom bege que o vento, sinuosamente, balançava. Na sala grande espaçosa, quase nenhuma mobília.Sensação de pouco caso com o imóvel a ser visitado. Andamos um pouco mais e me deparei com uma vista do jardim, que trazia a impressão de ser outono ou inverno, com poucas flores que atrevidamente, desabrochavam diante daquele casarão.
Voltei o olhar para dentro e vi que tudo grande e silencioso. Denotava uma sensação de abandono. Nem ruídos, nem flores, nem vasos, nem peças coloridas em decoração. A anfritriã me encarava com um olhar de encantamento por estar mostrando a sua casa ou não seria dela!? Eu olhava e tinha uma sensação de que já estivera ali, mas quando? Onde? Não tinha referências da casa no meu arquivo de memórias, porém a casa me parecia familiar, mesmo no seu pesado silêncio e desprezo para com a alegria e movimento, ali tive a impressão que vivi por um tempo; talvez numa época distante. A moradia que eu via era sisuda, grande e sem cor.Parei ali defronte a entrada e fiquei a olhar a vista do horizonte, ao meu lado a anfitriã sorria.
A casa não é a casa dos meus sonhos,
mas era a casa que apareceu no meu sonho.
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