A Voz que Pertuba o Paraíso

A Menina Sebastiana com a sua inocência dos seus cinco anos de idade gostava de brincar correndo atrás de seu cachorrinho na fazenda de seus pais no interior do Rio Grande do Sul. A mãe de Sebastiana teve muita dificuldade em se tornar mãe, sua gravidez foi tardia. Casou ainda bem jovem, e após quase dezoito de casada e com seus trina e cinco anos de vida Lucia engravidou de Sebastiana.

A vida na fazenda era dura, mas com som de sorriso de criança se divertindo pelas terras da fazenda junto a plantação de aipim, couve e das bananeiras a vida do casal parecia ser mais doce. Na fazenda havia um pequeno córrego que na época de cheia se tornava águas com uma corredeira forte e um pouco até perigosas.

Aquela manhã em particular de um dia nublado de outono, Lucia estava em meio a plantação de aipim e o marido foi pescar no córrego da fazenda enquanto Sebastiana brincava próxima ao pai, correndo atrás de seu cachorrinho rindo e se divertindo. De repente o tempo parou, tudo se tornou silêncio e somente alguns momentos depois o pai percebeu que nõ estava mais ouvindo sua filha brincando, ele se virou para vê-la, e não a viu. O cachorrinho estava mais a diante paralisado, fitando o córrego com os olhos perdidos, e enfim latiu, latiu desesperado, e o pai soube que a menina havia caído no córrego.

Quando no outro lado da fazenda Lucia viu o marido em lagrimas trazendo o corpo de sua filha em seus braços ela ao precisava que ninguém que contasse nada. Lucia sabia que havia perdido sua filha para sempre. Ela tinha morrido!

Como de costume antigamente nas fazendas a menina foi enterrada na própria propriedade onde tinha um pequeno cemitério da família. Foi um dia de choro, luto e desespero dos pais. Os familiares e amigos consolavam com palavras e gesto de fraternidade. Mas, naquele momento a dor era muita para assimilar o carinho das pessoas ali presente para se despedir da menina.

Neste mesmo instante no céu Sebastiana foi recebida por um anjo no céu. Ele lhe diz:

_ Bem-vinda ao Paraíso Sebastiana! Não precisa temer. Está tudo bem! Agora você vai para um céu que JESUS fez somente para as crianças. Antes, farei você esquecer de toda a dor e trauma da sua morte. Farei você sentir paz e não saudades do que ficou lá na terra. Você vai ficar num lugar lindo, cheio de crianças igual a você. Lá as brincadeiras duram toda a eternidade, só há paz e alegria. Não tem dor, nem saudades, nem sofrimento, nem fome, nem frio. Serei seu amigo e cuidarei para que você esteja sempre alegre! _ Estende a mão para ela. _ Venha comigo!

Após dois anos que Sebastiana havia morrido seus pais tinham perdido o gosto de trabalhar na terra, e viver na fazenda. O que os mantinham ali ainda era o fato da filha estar enterrada naquelas terras no cemitério da família. O esposo vendo que sua mulher estava definhando cada dia mais, mesmo entristecido decidiu que venderia aquelas terras, se mudariam para a cidade perto da irmã de Lucia para ver se com isso ajudaria ela a ter um pouco mais de força.

Rapidamente o pai de Sebastiana conseguiu um comprador para a fazenda, mas o futuro comprador fez uma exigência de que não queria aquele cemitério ali nas terras. Com o coração pesado o pai da menina optou por transferir os corpos para o cemitério local e finalizar então a venda da fazenda.

Foi quando algo totalmente surpreendente aconteceu. O caixão da garotinha estava todo apodrecido, porém o corpo dela intacto, e seus cabelos estavam tão compridos que ultrapassavam a altura da menina. O homem que estava trabalhando na remoção dos caixões e chegou a conhecer Sebastiana gritou:

_ Milagre!

Lucia ao ouvir aquilo saiu correndo em direção ao homem caindo de joelhos em oração. Lucia chorava e balbuciava que eles não podiam mais vender a fazenda. Que sua filha era m milagre!

Com o passa dos dias com a noticia correndo pela boca pequena iniciou-se ali uma pequena romaria na cidadezinha até o tumulo da menina que já era recheado de flores. Aos poucos da romaria também se iniciou as vigílias e as pessoas agora alegavam que tinham recebido milagres através da garotinha Sebatiana alegavam a ela curas milagrosas, restaurações familiares e outras benções.

Os pais começam a sentir um certo alivio porque sabem que a sua filha é abençoada e pode conceber milagres aos corações desesperados. Somente por isso permitem eu no lugar onde o tumulo da filha esta seja construído um santuário.

Lucia via a multidão que chegava diariamente no santuário e dizia ao marido;

_ Ela é poderosa a nossa menina! _ Proclamava orgulhosa! _ Vem gente aqui adoentada, dolorida, triste, aborrecida, tudo pedir para ela. Veja o tamanho dessa multidão rezando para a nossa menina.

Quando isso no céu o anjo que recebeu Sebatiana pediu licença para conversar com o anjo coordenador do lugar do céu para as crianças.

Um anjo com gestos mais cometidos, ainda assim cheio de generosidade perguntou ao anjo que recebeu Sebastina.

_ Parece apreensivo, jamais vi tal semblante aqui neste lugar. Aconteceu alguma coisa?

O anjo que recebeu a menina respondeu:

_ Sim! Algo que até então nunca tinha acontecido com nenhuma das crianças desse lugar!

O anjo coordenador falou parecendo preocupado:

_ Não entendo! O que aconteceu?

_ Então... Sabemos que quando as crianças chegam aqui no PARAÍSO nosso trabalho é fazer que elas esqueçam seus traumas da hora da morte. Retiramos delas toda a saudade que possam sentir de seus entes na terra e nostalgia daquele plano físico. E colocamos apenas emoções positivas em cada uma delas, como alegria, paz, amor, felicidade... Mas, tem uma criança entre elas que algo aconteceu errado, acho que está sentido dor.

_ Como assim? Isso é impossível. _ Parecia confuso com aquela informação.

_ Sabe a menina Sebastiana? Aquela que eu recepcionei.

_ Sim, claro!

_ Ela sempre foi muito alegre. Mas, agora não pára de chorar como se sentisse muita dor!

O anjo coordenador sai correndo para ver a menina Sebastiana seguido pelo anjo que a recepcionou a sua chegada ao céu até que a encontra em um canto isolada das outras crianças. Então o anjo coordenador a pergunta.

_ Sebastiana, o que houve? Está sentindo dor? Você está se lembrando da forma que você morreu? Está com saudades de casa? _ Questiona muito preocupado e atencioso.

A menina chorando em desespero responde:

_ Não! Eu não lembro da forma que morri e nem sinto saudades de nada. Sou feliz aqui!

_ Então porque choras pequena? _ Questiona o anjo secando suas lagrimas.

A menina disse:

_ Choro porque ouço os gritos e choros desesperados das pessoas lá na terra me chamando e gritando pelo meu nome pedindo que eu as ajude, que eu as cure. Mas, de onde estou aqui, nada posso fazer! _ Soluçou. _ Por que eles não pedem para JESUS?

Katy dos Reis Gil
Enviado por Katy dos Reis Gil em 27/12/2022
Código do texto: T7680439
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